Família Tradicional Literária

19:04 Helena Dias 5 Comments

Família tradicional é um tema que se ouve bastante hoje em dia e que acaba por gerar debates com muita frequência. Esse tema também se encontra muito presente na literatura, principalmente nas mais atuais. O conceito que se dá por família tradicional é: pai, mãe e filhos; aquela família estilo comercial de margarina. Quem disse que apenas esse modelo predefinido é capaz de ter uma estrutura familiar feliz e boa? Dentro do nosso meio literário, alguns livros chegaram para mostrar que a coisa não é bem assim.
Por exemplo, Jocelyn Fray, da saga Os Instrumentos Mortais, cria sua filha Clary longe dos problemas de sua antiga vida de caçadora de sombras e sem precisar de um marido (Nephilins, que caçam demônios). Isso de forma alguma vai fazer com que Clary seja uma delinquente. Não é necessário um cônjuge para se formar uma família, tolo quem mantém o pensamento de que lugar de mulher é na cozinha. Meu caro, pais e mães solteiros têm capacidades inimagináveis; criar um filho sozinho(a) não é nenhum déficit social.

Mas, ultimamente, o que mais toma conta da literatura são os casais homossexuais. Uma família formada por um casal do mesmo sexo é tão estruturada quanto a tal "família tradicional". Pensar que uma criança pode "virar" gay porque foi criada por gays é primitivo, preconceituoso e ignorante. Infelizmente, isso ainda existe hoje em dia. A introdução de temas como esse dentro da literatura (principalmente YA) sem sombra de dúvidas contribui para a formação de mentes e conceitos mais respeitosos. Temos o exemplo da autora Cassandra Clare (como eu amo essa mulher). Ela anunciou há um tempo que um casal gay de seus livros adotaria um bebê (essa história ainda será lançada). A retratação de tal assunto nos livros é o primeiro passo para acabar com a ignorância.

Era comum escutarmos frases preconceituosas como "Essa garota só tem pai, vai ser lésbica" ou " Esse garoto foi criado por mulheres, vai ser gay". Esse tipo de pensamento é desprezível. Piper McLean, da saga Os Heróis do Olimpo, foi criada pelo pai galã de cinema, representando uma forte imagem paterna e máscula. E, adivinhem? Isso não a tornou lésbica, assim como Neville Longbottom (Harry Potter), que foi criado pela avó, e não é gay. 
Cada caso é um caso; traz sua própria história e peculiaridade. No universo Percy Jackson, os semideuses são criados vivendo só com o progenitor humano e não sabendo dos pais Deuses até a adolescência. Se seguíssemos esse pensamento preconceituoso, todos os meio-sangues seriam homossexuais. Entendem como não faria sentido pensar assim?! A literatura, de certa forma, traz a realidade de todo um contexto social através de uma história fictícia. Cada personagem - Harry Potter, Katniss Everdeen, Alasca Young - representa um traço cultural; existem simbologias por trás da estrutura que os constituem.

Quando um modelo familiar é expressado em um livro, ele abrange toda uma porcentagem verídica, são vários modelos de família e nem todas são aceitas como tal. A sexualidade não é definida pelo núcleo familiar. Dessa forma, eu acredito que uma família não deveria ter um padrão "tradicional". 

Diz aqui nos comentários o que acharam do texto.
Beijos e até a próxima!

Agradecimentos:
  • Ao meu melhor amigo Gabriel Santana. Amo-te, cara, por me indicar bons livros;
  • À Helena, melhor companheira de blog;
  • À Alana, minha amiga, que nos acompanha, à Thay, à Gabi e a todos os meus amigos que leem o que escrevo. Obrigado; e
  • A vocês, que está lendo esse texto agora.

5 comentários:

  1. Cara, super interessante, concordo com cada caractere desta matéria, belo trabalho, irei indicar aos meus amigos.

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  2. Adoreii cada frase, sabemos muitos bem como eh viver em sociedade nos dia s de hoje, onde o preconceito reina na população. E o conceito de tudo " seje feliz, independente de tudo, somo totalmente iguais (Seres humanos)."

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