Sombras do Medo - Camila Pelegrine
Livro: Sombras do MedoAutora: Camila Pelegrini
Editora: Arwen
Ano: 2015
Páginas: 291
ISBN: 9788565490764
Sinopse: Em um futuro pós destruição em massa, provocada pelas guerras humanas e desastres naturais - para os quais os humanos também contribuíram grandemente - o mundo é dividido em 5 grandes regiões. Em cada uma delas vivem ordinários e singulares, pessoas com ambições completamente diferentes. Estes dominam o mundo. Aqueles tentam tão somente sobreviver.E ao viverem dessa forma, a bondade beira à extinção. O caos reina em seu lugar, despertando forças malignas que há muito esperam para serem alimentadas. A maior guerra de todos os tempos finalmente começa e a humanidade já se encontra em desvantagem. E em meio a tanto ódio e destruição, será o amor capaz de afastar as Sombras do Medo?
[Nota Pessoal]
Após ser completamente devastado, o mundo foi reorganizado e dividido em cinco regiões. Nelas vivem ordinários e singulares. Os primeiros trabalham duro sob o sol escaldante para conseguir sobreviver com o mínimo enviado pela capital, onde vivem os singulares, aqueles que mandam em tudo e usufruem de todo o luxo proporcionado pelo sofrido trabalho dos ordinários. Os dois grupos são separados por uma imensa muralha, que, aliás, foi construída e é mantida pelos ordinários. Tudo começa quando pessoas começam a desaparecer, após todos ouvirem um grito e desmaiarem. O que será que está acontecendo? Nesse caso, você terá que ler para descobrir... Rsrs
Apesar de ser uma realidade triste, Camila soube muito bem como representar nossa atualidade nas páginas do seu livro. De uma forma um tanto metafórica, ela mostra que as nossas atitudes de hoje podem trazer consequências horríveis amanhã. Analisando o mundo como está atualmente, acredito que tal futuro não está longe de chegar não. Se compreendido da maneira certa, as situações abordadas fazem refletir bastante sobre o que estamos vivendo. E eu adorei isso.
''Que ironia, nunca quisera ir para o inferno, e agora tinha certeza de que não precisaria. O inferno tinha vindo até eles.''
Tratando-se da escrita da autora, achei bem simples e fácil de ler. Não tem nada de muito rebuscado ou aquela sensação de peso pela forma que é narrada a história. Pelo contrário, lembro de ter pensado na escrita dela como algo leve e calmo, sabe?! É aquele tipo de escrita gostosa de acompanhar, independente do que a trama conta. E se levarmos em consideração o tema abordado, isso é extremamente positivo, afinal não te deixa com aquela sensação de "nossa, preciso parar e digerir isso". Entendem?
Quanto a construção dos personagens, mesmo que a autora tenha deixado evidente a diferença de personalidade entre eles, faltou um pouco mais de trabalho quanto ao crescimento das mesmas. Elas ficaram estagnadas, sem nenhum tipo de avanço, seja positivo ou negativo.
Bom, compondo essa história, temos a protagonista Anabele (Ane), uma jovem que apesar de tímida, tem um gênio bem forte. Está sempre disposta a ajudar quem precisa, mesmo que isso signifique tirar do pouco que tem. Ela vive com sua mãe, Amanda, uma mulher cansada pelo excesso de trabalho. Na verdade, ela parece que apenas desistiu de tentar sobreviver e faz suas tarefas diárias de forma automática. Ainda bem que Ane pode contar com seu melhor amigo desde sempre, Vicent. Ele gosta de Ane muito mais do que como amiga e faz de tudo por ela, mas a nossa protagonista não o vê com os mesmos olhos, deixando o pobre do menino na eterna friendzone. Vicent se mostra um pouco agressivo e muito ciumento quando percebe o possível envolvimento de Ane com Henry, um rapaz com um passado que ninguém conhece e que apareceu nas redondezas dizendo que veio fugido de outra região após toda a sua família ter morrido durante a construção da muralha. Aliás, falando em muralha, do outro lado dela temos Arthur, o presidente que comanda tudo por ali. Um ser arrogante e egoísta, que preza apenas pelo bem-estar dos singulares.
Créditos da imagem: Diário da Sa |
Devo confessar a vocês que não me apeguei a nenhum dos personagens, a não ser Jhou, cachorrinho adotado por Ane. Não consegui sentir conexão com nenhum deles. O romance também não me pegou; achei que começou meio do nada. Porque, apesar de sabermos que algo vai rolar ali, não teve aquela "preparação", aqueles momentos característicos de um romance iniciando. Pareceu meio jogado.
"O medo, como bem sabia ela, era capaz de fazer uma pessoa reagir, lutar. Mas em uma diferente intensidade era também capaz de tornar alguém tão inerte quanto um poste."
Em determinado momento da história, descobrimos o que está causando o desaparecimento das pessoas. E isso foi outra coisa que eu senti falta de uma explicação melhor. Gostaria de saber como aquilo iniciou, algo mais aprofundado, entretanto foi uma parte meio vaga, a meu ver. Senti falta também da distopia, ficou parecendo muito mais uma fantasia. Entendo totalmente a mensagem do livro e até gosto dela, mas queria mais coisas que caracterizassem melhor essa parte distópica da história. Ficou faltando. Além disso, achei algumas situações meio corridas também, sem muita explicação mesmo. Até pensei que o livro poderia ter umas páginas a mais para isso.
Enfim... O livro tem uma premissa muito boa, mas achei que faltou trabalhar melhor algumas coisas. Ainda assim, eu gostei da história e da mensagem que ela passa. Portanto, mesmo com esses poréns, eu recomendo sim.
"Pessoas amedrontadas e sem esperança não reagem."
Beijos Literários!!
Oi Lena,
ResponderExcluirGostei da sua resenha. Tenho o livro aqui, mas ainda não o li, estou com uma fila enorme de livros para ler. ahaahhaha....
bjs