[MENINA LIBÉLULA] #PrecisamosFalarSobreDepressão #SouLibelula
Olá, seus lindos!
Hoje eu não vim aqui para falar de livros, mas para ajudar a autora e minha amiga Juliana Daglio em uma campanha sobre depressão.
Uma Canção para a Libélula foi o primeiro livro da Ju e ele fala exatamente de depressão, uma doença (infelizmente) desconhecida para muitos. Baseado nisso, ela criou essa campanha que consiste em receber diversos depoimentos de pessoas que sofrem ou sofreram de depressão e suas experiências com a mesma. Ahh, para aqueles que não sabem, a Juliana é psicóloga, ou seja, ela pode te ajudar de verdade.
Por que eu decidi ajudar nessa campanha? Pelo simples fato de que eu sou mais uma na estatística daqueles que foram tocados por essa vilã. Então, nada melhor do que ajudar quem vive o que eu vivo. E se tem uma coisa que eu tenho certeza é que não estou sozinha nessa luta.
Vou deixar com vocês meu depoimento. Quem sabe não incentiva você a nos contar a sua versão dessa vilã...
Foi depois de tentar tirar a minha vida pela primeira vez, com 16 anos, que eu fui diagnosticada com depressão severa. Não me pergunte como começou porque acho que nunca saberia te responder. Mas eu tinha essa sensação de que toda a felicidade que poderia habitar dentro de mim tinha sido brutalmente arrancada, de uma só vez, em um único puxão, como tirar um Band-Aid.
Eu não tinha vontade de fazer nada, tudo que eu mais gostava tinha perdido o brilho, não tinha mais graça. A vontade e disposição para continuar vivendo sumia cada vez mais rápido. As minhas forças já eram apenas um vislumbre na escuridão, e me isolei de tudo e todos, dentro do meu mundinho cinza e frio. Não pensem que me sentia bem nele, mas eu achava que era o único lugar ao qual eu pertencia.
Já não gostava de me olhar no espelho e meu humor mudava com tanta frequência que nem eu mesma me reconhecia mais. Passava as noites em claro e quando conseguia dormir, acordava várias vezes. Sentia dores no peito, falta de ar e um nó sufocante na garganta. E chorava, chorava escondida. Afinal, em frente aos outros, eu tinha que me manter com um sorriso no rosto sempre.
A terapia tinha um resultado que durava apenas um curto período de tempo. Logo, todos os sentimentos voltavam e com eles, a familiar pergunta: Pra que continuar vivendo assim? E foi com 17 anos que eu tentei suicídio pela segunda vez. Quando dei conta de que ainda estava viva, chorei. Mas chorei por não ser capaz nem de me matar. A vida era minha, não era? Não deveria eu ser capaz de tirá-la de mim, então?
A depressão me transformou em alguém miserável. Roubou meus sorrisos, pois não os tinha mais. Roubou até minhas lágrimas, pois era por ela que eu as derramava. Tornou meu caminho mais difícil e meus dias amargurados. Fez de mim uma pessoa rancorosa e cheia de mágoas. Tirou a ternura e a doçura que eu tinha no meu coração. Transformou minha alma em algo negro e sem vida.
Ouvi de muita gente que isso era frescura e que eu só precisava me ocupar com algo ou tentar me distrair para me animar um pouco. No fundo, não os culpo por tal pensamento simplesmente porque conseguiram escapar e não sentiram na pele como é exaustivo e árduo o tocar da depressão. Mas isso não me fez desistir de continuar lutando.
“Terapia é pra gente covarde que não sabe encarar os problemas de frente”, foi o que ouvi de um colega. Pensei durante alguns dias em cada palavra que ele disse até entender que NÃO. EU NÃO ERA COVARDE. Assumir que tem uma doença e procurar ajuda requer muita coragem. E se eu teria que viver nesse mundo, que fosse com muita coragem.
Hoje, tenho 26 anos. Ainda faço terapia, ainda tenho crises depressivas, ansiedade, oscilações de humor, insônia e muitas outras coisas. Mas eu sei que as mãos que um dia estavam atadas se fortaleceram e ainda permanecem na luta. Não me pergunte como começou porque acho que nunca saberia te responder. Mas eu tenho essa sensação de que toda a felicidade que poderia habitar dentro de mim é reconstruída a cada dia, aos poucos, pedaço por pedaço, como colocar um Band-Aid até cicatrizar.
E aí? Aumentou a coragem? Então, manda seu depoimento. Pode ser pessoal, pode ser a sua experiência convivendo com alguém que tenha a doença, pode ser uma mensagem de incentivo... Não se preocupe, pois se não quiser, seu nome não será revelado. Se não estiver pronto para falar disso ainda e apenas quiser ler os demais depoimentos, basta procurar nas redes sociais pelas tags #PrecisamosFalarSobreDepressão #SouLibelula ou acessar a página da Menina Libélula
Os depoimentos podem ser enviados para a própria fanpage ou se preferir, pode mandar para o e-mail aqui do blog: cafeclivroo@gmail.com
E se conhece alguém que tem depressão, mostra essa postagem para ela. Já é uma ajuda enorme!
Espero que tenham gostado e que tenha te ajudado de alguma maneira.
Beijos Antidepressivos!
Obrigada por estar em mais uma comigo! <3
ResponderExcluirNossa Lena quem vê tua força jamais poderia imaginar que a inimiga cinzenta já te visitou. Sempre que precisar de um ombro amigo tenho dois ;) parabéns pela coragem de procurar ajuda e por E esse depoimento comovente.
ResponderExcluirBeijos grandes.
Giu
Nossa Lena quem vê tua força jamais poderia imaginar que a inimiga cinzenta já te visitou. Sempre que precisar de um ombro amigo tenho dois ;) parabéns pela coragem de procurar ajuda e por E esse depoimento comovente.
ResponderExcluirBeijos grandes.
Giu
Lena, que depoimento corajoso! Realmente tem que ter muita coragem para revelar algo que, de certa forma, muitos vêem como uma frescura adolescente, mas que é algo duro e sufocante, como você mesma disse. Parabéns, você é uma mulher de fibra e merece ser feliz! :)
ResponderExcluirAbraços & até!!
lendoferozmente.blogspot.com.br
Lena, nunca imaginei que passou por tudo isso. É até difícil de encontrar palavras que expliquem o que senti lendo seu texto. É difícil encontrar palavras para falar algo nesse momento. Você é uma pessoa muito querida, uma amiga de quem gosto muito, então agradeço a Deus por você ter sido forte.
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