[ENTREVISTA] Juliana Daglio
Café com Livro: Juliana por Juliana.
Juliana Daglio: Um tanto quanto doida, ansiosa e muito
empolgada com a vida.
CcL: Com quantos anos você descobriu o seu gosto pela
leitura?
JD: Quando eu tinha 8 anos disse à minha mãe que queria escrever um livro. Criei uma historinha que escrevi num caderno de desenho, e até ilustrei. A ilustrações ficaram horríveis. Na adolescência foi que os personagens e os enredos começaram a aparecer. Eu tinha muita fantasia dentro da mente, ficava muito alienada nas minhas viagens, então resolvi começar a colocar para fora, escrevendo em minha agenda, ou contando histórias para meu irmão e meu primo antes de dormir. A escrita foi surgindo aos poucos durante minha vida, desde que me apaixonei pelas palavras, lá na infância.
CcL: Como surgiu o gosto pela escrita?
JD: Com meu livrinhos de Contos de Fada, e
também com os da série Vagalume. Tinha umas histórias que me faziam viajar
tanto, que eu me sentia num mundo paralelo. Acho que posso dizer que a leitura
faz parte da formação da minha personalidade.
CcL: Todos nós sabemos como é difícil escrever um
livro. Em algum momento pensou em desistir?
JD: Quando me vi cheia de pontos pra amarrar na
história, achei que talvez eu não iria conseguir. Pensei em desistir ali, com
medo de fazer uma história cheia de lacunas. Mas o sonho era tão grande, que eu
não me aguentei, fui estudar sobre o assunto e comecei tudo de novo.
CcL: Conte-nos uma curiosidade sobre você.
JD: Como eu disse, meu nível de loucura é meio
acentuado. Eu gosto de conversar em voz alta com meus personagens. Faço a fala
de todos, imagino eles ali comigo, e assim eu consigo entende-los melhor. Minha
mãe e meu namorado já sabem disso, e quase nem acham estranho me ver falando
sozinha.
CcL: Você se inspira em outros autores? Quais?
JD: Carlos Ruíz Zafón e Markus Zusak. Os dois
são como mestres pra mim. Eu me sinto preenchida com os livros deles, e tenho
esse sonho de um dia escrever algo que possa fazer alguém se sentir da mesma
forma.
CcL: Como você sabe, eu sofri com a depressão durante
muito tempo (e ainda sofro). Creio que, por esse motivo, seu livro mexeu comigo de várias
maneiras. Gostaria de saber se você teve algum motivo especial para escrever
sobre esse tema?
JD: Eu passei por alguns períodos difíceis em
que vivenciei a presença da Vilã Cinzenta. Em alguns momentos pensei que usava
a escrita como fuga, mas o que era ruim
acabou virando arte e me ajudando a superar. Na minha família tenho meu pai que
sofre de Depressão há anos, e algumas falas da Vanessa para seus familiares são
inspiradas em coisas que o ouvi dizer.
CcL: Por vezes, sentia você na Vanessa. Algum
personagem foi baseado em alguém que você conhece?
JD: Acho que nós somos fisicamente semelhantes,
embora ela seja diva demais, né. Criei algumas semelhanças físicas pra compor a
personagem, pois me sentia mais conectada a ela, como um espelho. Pensei em
mudar tudo depois, mas como uma dica da minha mãe, resolvi que a deixaria da
mesma forma, como ela foi concebida.
Psicologicamente somos diferentes. Às vezes
eu quero bater nela por conta dessa dificuldade que ela tem se perceber o
quanto as pessoas a amam. Eu valorizo muito as pessoas ao meu redor e o afeto
que me dão.
Contudo, nenhum personagem é
intencionalmente inspirado em alguém, são todos frutos de muitas inspirações
juntas.
CcL: Ju, você é psicóloga. Foi mais fácil escrever
“Uma Canção para a Libélula” por conta disso? Ou você pesquisou mais sobre o
assunto?
JD: A psicologia me ajudou em termos de
conhecimento na área de psicopatologia. Sintomatologia, Diagnóstico, tudo isso
me ajudou muito. A Psicanálise foi minha fonte de inspiração para a construção
da Vanessa, e pesquisar sobre as teorias de Freud e Melanie Klein foi o que me
ajudou a dar mais veracidade à trama. Sem a psicologia esse livro não teria
saído.
CcL: Você está tem um novo projeto literário, “O Lago
Negro”. Do que se trata? Também é um sick-lit?
JD: O Lago Negro é uma história que também
pende para esse lado psicológico. Eu o consideraria um suspense psicológico,
pois a personagem fica envolvida pelas próprias lembranças reprimidas, pelas
ideias, e por algumas alucinações também. A Verônica é uma personagem mais
agitada, explosiva, cheia de
criatividade e uma ironia bem dosada. A história começa quando ela se muda para
o interior pra cursar Jornalismo e para começar a escrever um livro que sempre
quis escrever. Então a cidade, o livro, os novos amigos, começam a mostrar a
ela que existe algo ali de que ela não se lembra, mas que pode ter sido
decisivo nos eventos que levaram a um grande trauma, 8 anos antes, e que podem
leva-la para o mesmo caminho. Novamente. Ok, falei demais! Hahahaha
CcL: O que podemos esperar desse novo livro?
JD: Acredito que um pouco mais de adrenalina
que o primeiro livro, também um pouco de romance. Espero que o mistério que
envolve a Verônica possa prender os leitores como me prendeu à tela do
computador enquanto eu escrevia.
CcL: Para finalizar, deixe uma mensagem para aqueles
que sonham em ser escritores e para os leitores também.
JD: Para meu futuros colegas: não
desistam dos seus sonhos! Acreditem no potencial criativo dentro de cada um, e
não deixem que as dificuldades do mercado editorial venham a desanimar.
Para os leitores: eu só tenho a
agradecer o carinho de vocês. Hoje sou mais feliz, e escrevo ainda com mais
vontade, pois sinto todos do outro lado. Aos futuros leitores, quero abraça-los
e dizer que sejam bem-vindos, mesmo que talvez não gostem tanto dos livros.
Todos são muito queridos.
[Nota Pessoal]
Uma carioca e uma paulista que se encontraram através de uma paixão em comum. Eu conheci a Ju graças ao mundo literário. Ela foi a primeira parceira do meu blog, a primeira pessoa que conheci dentro desse meio e a primeira amiga virtual. O tempo foi passando e fomos descobrindo muitas coisas em comum e criando uma afinidade sem tamanho. Hoje, posso dizer que tenho a Ju não só como parceira literária, mas como uma grande amiga. Nunca nos vimos pessoalmente, mas sinto como se a conhecesse há anos e tivéssemos passados várias férias juntas. Rimos das besteiras que falamos (que é quase o tempo todo), apoiamos uma a outra em todos os momentos tristes e felizes, somos ogras (rsrs)... A gente se entende no nosso mundo louco. Não é difícil de entender a nossa amizade, se você parar pra pensar melhor. Tenho muito orgulho da Ju e desejo à ela todas as maravilhas do mundo!! Agradeço todos os dias por ter essa pessoa fantástica na minha vida!!
Se quiserem saber mais sobre o livro e a autora, segue alguns links abaixo:
Resenha: http://bit.ly/1lJbjIG
Parceria: http://bit.ly/1j4v0Jn
Skoob Uma Canção para a Libélula: http://bit.ly/1xG6CRS
Skoob O Lago Negro: http://bit.ly/1uWtW0z
Skoob Juliana: http://bit.ly/1zY0kA9
Blog Literário: http://bit.ly/1D7jeo9
Facebook da autora: http://on.fb.me/1vjjqiH
Fanpage: http://on.fb.me/1zuSq0c
Bom, seus lindos, espero que tenham gostado da entrevista.
Beijos Literários!
Que entrevista bonita!!! Parabéns Ju pelo seu sucesso!! bjs
ResponderExcluirObrigada, Tati!!
ExcluirBeijos e obrigada pela visita!
Que linda!!! Amei a entrevista e agora tô morrendo de vontade de ler "O lago negro" hehehe. Beijos Lena e Ju.
ResponderExcluirEu também estou louca de vontade de ler, Sa!! hahaha
ExcluirBeijos e obrigada pela visita!!
Olha eu aqui de novo do blog mais lindo da Lena mais linda!!!
ResponderExcluirAhh como eu fico feliz!
É sempre uma honra estar aqui!
<3
É sempre uma honra poder falar de você. És uma pessoa maravilhosa!!!
Excluir=D