[Entrevista] Simone O. Marques

13:40 Helena Dias 0 Comments

A 3ª edição da Turnê Virtual sorteou o livro da Simone O. Marques: As Crônicas do Reino do Portal - O Enigma da Adormecida.

As resenhas foram postadas, o sorteio feito e, para finalizar, confiram a entrevista feita com a autora e conheça um pouco mais sobre a autora desse maravilhoso livro.




PRÉ-ENTREVISTA

1. Seu processo de criação envolve hábitos específicos?
O único hábito que tenho para criar é sentar no sofá e escrever, todo dia. Rsrsrs



2. Há alguma produção na qual esteja trabalhando neste momento? Teremos futuras publicações de sua autoria?
Bem, estou trabalhando na finalização de Etílico, o terceiro livro da saga Sabores do Sangue, que será lançado no começo do ano. Também escrevo Fadas e Duendes, o segundo livro da série Marina e os tesouros da Tribo de Dana. Estou pesquisando para o livro Beltane, da saga Paganus. E vou fazer a revisão de O lago de fogo, segundo livro das Crônicas do Reino do Portal, que já está pronto e que provavelmente já vai para a diagramação. 

3. Da sua história de vida, há elementos que influenciaram na criação do seu livro?
Na série Crônicas do Reino do Portal, especificamente, eu coloquei as emoções que sentia quando jogava RPG com os amigos. Era muito divertido e a imaginação corria solta! Além de ter personagens com signos de pessoas muito próximas a mim, o que me ajudou a lhes dar algumas características.


4. Conte-nos uma curiosidade sobre você enquanto autor(a).
Algumas coisas que crio me provocam. Eu fui conhecer Portugal depois que escrevi a saga Paganus, por que queria conhecer, pisar, respirar, sentir o ar que meus personagens sentem. Também fui à Chapada dos Veadeiros para verificar se um lugar que eu descrevi na série Marina e os tesouros da tribo de Dana era realista o suficiente. E, por causa da personagem Fernanda, das Crônicas do Reino do Portal, estou aprendendo arco e flecha. É isso, rsrsrs

PERGUNTAS FEITAS PELOS BLOGS

MarinahGattuso: Em primeiro lugar gostaria de te parabenizar pela história incrível. Em segundo eu gostaria de saber o que te inspirou a escrever essa história?
Simone: Oi Marina! Obrigada e fico feliz que tenha gostado! Então... essa história de certa forma nasceu quando eu estava na sétima série (não conto o ano, rsrsrsrsr). Eu fiz uma redação e a ideia era basicamente a mesma, mas era um grupo de amigos que ficava perdido numa mata (tenho que frisar que isso foi mais de uma década antes da caverna do dragão). A influência maior foi do livro A ilha perdida (de Maria José Dupré). Depois disso, no final da década de 80 eu conheci as aventuras de rpg e joguei por um tempo. Mas acho que a história deve ter ficado guardada, por que a retomei em 1994, escrevi pensando num jogo e até fiz um tabuleiro, com emprego e uma filha pequena, a ideia foi novamente guardada. Em 2008, depois de ter alguns livros meus já publicados, resolvi fazer um exercício de criação de personagens. Eram oito personagens que se apresentariam apenas pelas falas... ficou legal e então eu o transformei na história, que finalmente nasceu e virou uma série...

Bibliotequismo: Simone, você se inspira em pessoas da vida real para construir os seus personagens ou pelo menos algumas características deles? Como é o seu processo de criação de personagens?
Simone: Paloma! Muitos leitores dizem que o forte das minhas histórias é a construção dos personagens e sempre querem saber se me baseio em pessoas reais. Alguns sempre encontram alguém por perto que se pareça com algum desses personagens, rsrsrs
Para criar um personagem eu penso na essência dele, como ele é como pessoa, coisas de que gosta, história de vida, mesmo que esses dados não apareçam na história, mas é o "background" necessário para que ele ganhe nasça. O personagem tem suas experiências particulares e a maneira como foi e é sua vida e isso faz com que ele tenha uma determinada visão de mundo. Eles não baseados exatamente em pessoas reais ou em alguma que me seja próxima, ou conhecida, mas para serem realistas, como eu gosto, eu pego um pouco do que observo nas pessoas e suas reações a problemas, desafios e sentimentos. No caso das Crônicas do Reino do Portal, como são vários personagens que protagonizam a história, busquei criá-los com diferenças marcantes, que os definem e mesmo que você não veja na hora quem está falando, já sabe de quem se trata. (Por isso também não imagino seus rostos como os de alguém conhecido como atores e atrizes, eles têm rostos próprios na minha cabeça, hehehe)
Tenho alguns personagens polêmicos e que despertam o amor de alguns leitores e o ódio de outros e eu acho isso simplesmente fascinante! Por que é isso mesmo, ninguém agrada todo mundo ou é odiado por todo mundo... e isso é que me deixa feliz e mostra que meus personagens são realistas.
Eu também opto por dar a eles uma voz real, crível... os diálogos são coloquiais, sem a formalidade que não existe quando falamos com amigos, pais, irmãos... e acho que é isso que faz muitos leitores dizerem que sentem que os conhecem e os identificam mais facilmente com pessoas com as quais convivem.
Adoro criar personagens. =)

Livro do Dia: O que mais me encantou no seu livro, além do mundo criado, foi justamente a criação dos personagens, adorei saber a sua dedicação para a criação deles e gostaria de saber se você pretende ir mais a fundo no passado, na histórias vividas até eles acordarem lá no reino (pois são estas que construíram a personalidade de cada um) , já que é uma série de 7 livros, ou se pretende apenas levar a história dali adiante.
Simone: Puxa, eu fico super feliz que meus personagens tenham te encantado. *-*
E, sim! A história deles vai aparecendo aos poucos ao longo da saga. Já no próximo volume vão saber um pouco mais sobre alguns deles. A ideia é que os leitores conheçam os personagens ao mesmo tempo eles estão se conhecendo, se descobrindo e aprofundando no conhecimento um do outro até deixarem de serem estranhos... =)
Prometo ainda algumas boas emoções à frente!

Mais um blog sobre livros: Olá Simone, Parabéns pelo livro que foi sem dúvida uma leitura incrível. Uma coisa que chama bastante a atenção no livro é o layout empregado tanto nas páginas quanto no início de cada capítulo, e fica claro a importância dessas imagens como parte da história. Minha pergunta é se você já planejava incluir essas imagens como parte do livro, ou foi apenas um detalhe na criação final para publicação?
Simone: Oi! Obrigada! Fico muito feliz! =)
O layout do livro é uma obra da minha diagramadora e capista Luciana Waack. Ela tem uma grande sensibilidade para incorporar as imagens ao texto e foi ideia dela. Apenas o mapa foi um pedido meu. Ela lê e vai buscar imagens significativas e isso é algo fantástico. Palmas para o talento da Luciana!

Secret Fantasy Books: Durante sua carreira como escritora, e com um número considerável de publicações você já passou por algum bloqueio criativo durante o desenvolvimento de algum livro? A leitura do Enigma da Adormecida foi muito prazerosa regada ao crescimento interior dos personagens. Como foi o processo para desenvolvimento psicológico e emocional dos personagens Mônica e Eric que possuem características em comum?
Simone: Como estou sempre escrevendo mais de uma história ao mesmo tempo, quando um livro não “fala” comigo por um dia ou dois, vou “conversar” com outro, assim não passo por grandes bloqueios, apenas me distancio um pouco da obra e quando volto está tudo bem, rsrsrs
É interessante como o Eric e a Mônica provocam os leitores. Eles têm fãs e inimigos, hehehe
Quando eu criei os personagens, a primeira coisa que pensei para eles foi seu signo e então me foquei nas características mais fortes de cada um deles, em algo que os identificasse imediatamente. Eric, o leonino, com sua arrogância e narcisismo, gostar de aparecer e “causar”, além de ter uma história pessoal que envolve fazer tudo o que sempre quis sem punição. E Mônica, uma ariana teimosa turrona, que não desiste de sua posição com facilidade e que teve uma história de violência e desilusão, que a faz olhar tudo com muita desconfiança. Eu queria personagens que não se rendessem ao comando de outra pessoa tão facilmente, mas que fossem, à sua maneira, leais. Vocês ainda vão ver muita coisa acontecer envolvendo esses dois...

My Queen Side: Seu personagem Marcelo foi, para mim, verdadeiro exemplo de liderança (embora ele mesmo não quisesse). Ele inspira confiança e nada exige além do justo. Qual é a sua opinião sobre ele e como foi caracterizá-lo?
Simone: Marcelo é uma pessoa fechada, que não gosta de se envolver e pertencer a um grupo ou “tribo”, entretanto é uma pessoa decidida, determinada e que se propõe a superar os obstáculos. Eu adoro o Marcelo, por que ele mostra que um líder muitas vezes não é aquele que fala mais alto, que é mais simpático, mas aquele que toma à frente, decide, não se deixa esmorecer...
Criar Marcelo foi um desafio, por que ele tem ser duro, mas ao mesmo tempo é uma representação do “príncipe encantado”, como a personagem Mônica ironiza. Ele não pode ser melado, mas é apaixonado, mesmo que o sentimento tenha nascido vindo de algum feitiço...
Vocês ainda vão conhecer muito mais desse personagem e espero que acompanhem suas mudanças e crescimento.

Café com Livro: Criar um universo como o que você criou não é fácil. Histórias com toques medievais e fantasia são muito complexas e, em sua maioria, difíceis de ser elaboradas. Você pesquisou muito ou apenas deixou a mente fluir?
Simone: Eu adoro histórias medievais, História e amo fantasia. Eu sempre pesquiso bastante para dar um pouco de realismo às minhas histórias fantásticas, rsrsrs. Gosto de mesclar elementos fantásticos a características históricas. Imaginar como fazer sem ter banheiro, sem telefones e até mesmo, sem escrita é sempre um desafio delicioso. Há muita pesquisa e muita imaginação misturadas, com certeza.

EXTRAS DO CAFÉ COM LIVRO

CcL: O que te levou a começar a escrever?
Simone: Um sonho, literalmente. Em 2007 eu tive um sonho muito tenso e cheio de símbolos. Quando acordei estava com a história na cabeça e a escrevi para não esquecer. Foram 20 páginas escritas e um símbolo celta, o Triskle, que me fizeram tentar criar uma história. Em oito meses eu tinha 4 livros escritos e então não parei mais.

CcL: O seu livro me lembrou muito a história do Rei Arthur. Este te serviu como referência/ inspiração?
Simone: Interessante! Mas para escrever as Crônicas não fui buscar o Rei Arthur, embora eu tenha muitos elementos de diversas mitologias como pano de fundo da história.

CcL: Fiquei super curiosa com a Saga Paganus (digamos que eu tenha uma afinidade com assuntos do tipo rs). Existe algum motivo específico para você ter escrito sobre esse universo ou é só afinidade também?
Simone: A saga Paganus nasceu de um sonho que tive e que me levou a conhecer a cultura celta. Eu pesquisei, busquei respostas para muitas perguntas que nasceram enquanto criava a história. Tudo nasceu de um sonho e de um símbolo.

CcL: Percebi na sua forma de escrever que você gosta de mexer com a psique humana. Você aborda vários cotidianos e nos envolve nos mesmos. Isso é um jeito seu ou teve a influência de algum autor?
Simone: Na verdade eu tento criar um jeito meu de escrever. Escrevo como gostaria mesmo que os leitores conhecessem os personagens. Preciso me identificar com eles e fazer com que suas histórias sejam críveis. Escrever sobre sensações e sentimentos é algo meu mesmo acho, por que não busquei em autores específicos esse tipo de narrativa.

CcL: Deixe uma mensagem para os leitores que sonham em se tornar escritores como você. (Confesso, que pensei em mim nessa pergunta. haha)
Simone: Rsrsrsr
Tenho visto muita gente se aventurando pela escrita e acho isso bom, mas, ao mesmo tempo, perigoso, por que tem muita coisa ruim também circulando. Então, o que posso dizer para quem quer ser escritor é: faça um trabalho com qualidade. Não é só por que você escreveu que aquilo é a oitava maravilha do mundo. Não se prenda apenas nas opiniões de amigos próximos, por que eles tendem a não querer magoar você. Tenha leitores beta em que possa confiar uma leitura crítica. Um bom começo é publicar contos em coletâneas, pois eles podem apresentar você e sua escrita ao mercado literário e garanto que o retorno de leitores é fantástico. Claro que tenho que dizer que é um caminho de pedras e flores, por isso, se quiser mesmo se tornar autor(a) leia muito, insista, aprimore, analise e nunca deixe de praticar.;)
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