Stranger Things - 1ª Temporada

13:33 Helena Dias 1 Comments

Série: Stranger Things
Criação e Direção: The Duffer Brothers
Temporada: 1
Episódios: 8
Elenco Principal: Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery.
País: EUA
Ano: 2016
Canal: Original Netflix






Sinopse: Hawkins, Indiana - 1983: Stranger Things conta a história de Will Byers, um garoto que desaparece ao voltar para casa. Com o início das investigações para encontrar o garoto, uma série de mistérios envolvendo experimentos ultrassecretos do governo, forças sobrenaturais aterrorizantes e uma garotinha muito estranha começam a ser revelados.

[Nota Pessoal]

Em 1982 (um ano antes do qual se passa a série), Steven Spielberg fez seu nome na indústria cinematográfica ao apresentar para o mundo E.T. - O Extraterrestre, a história de um alienígena que se perde da Terra e faz amizade com um garotinho. Tamanho foi o sucesso do filme que ele passou a ser grande referência cultural e forte influenciadora de muitas obras por aí. 

Stranger Things, nova produção original da Netflix, é um grande exemplo de como essas referências ainda existem e são utilizadas até os dias atuais. O fato é que obras que se sustentam em influenciadores facilmente reconhecíveis tendem a gerar desconfiança. Entretanto, Stranger Things não só assume como também reverencia e respeita suas inspirações, o que, a meu ver, salva a série em muita coisa.

Em seus oito episódios a série se passa nos anos 80, mais precisamente em 1983, trazendo o cenário e a atmosfera perfeitos para a toda a trama. Não estou falando apenas de roupas, cabelos e aparelhos daquele período. O mais importante é o que essa época representa culturalmente para a ficção científica e a fantasia dentro dela.  Além de Spielberg se fazer muito presente na série também podemos perceber alguns toques de Stephen King, de filmes, como A Hora do Pesadelo e Star Wars, e tudo que simboliza o universo paralelo dos jogos de RPG. 

Quando eu assisti aos trailers da série, lembrei imediatamente de Super 8, que também tem referências dos trabalhos de Spielberg. Conforme fui assistindo cada episódio, percebi que talvez isso caracterize uma espécie de base para o que vai acontecer no decorrer da trama. E a história, aparentemente simples no início, vai tomando ramificações capazes de prender quem assiste e aumentar a sede pelo que vai acontecer a seguir. 


Tudo começa quando o Will (Noah Schnapp) desaparece ao voltar para casa, após mais uma partida de Dungeons & Dragons com os amigos Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin). Os garotos não são mais criancinhas, porém também não são adolescentes ainda, não chegaram naquela fase que mata parte da nossa ligação com o imaginário. Por isso, eles mergulham de cabeça no mundo paralelo que criam todas as noites nos jogos, e isso é um alicerce para todos os eventos que darão sequência ao desaparecimento de Will, o que destaca nos meninos aquele clássico papel de Spielberg: a evolução do nerd perdedor para o nerd herói.

Simultaneamente ao desaparecimento de Will, Eleven/Onze (Millie Bobby Brown) foge de um tipo de laboratório de experimentos e esbarra com os garotos. Ela permanece escondida na casa de Mike e mantém um disfarce para sair da casa, exatamente como Elliot fazia com seu amigo de outro planeta. A garota é o ingrediente que faltava para unir todos eles na luta para encontrar o amigo perdido. Em E.T., a criatura é quem detém os poderes sobrenaturais que ajudam nos momentos de apuros, já em Stranger Things essa função é de Eleven/Onze, que salva os meninos de diversos problemas causados por esse senso descuidado de heroísmo.

Logo no início, a série já nos mostra que teremos histórias paralelas acontecendo por ali. Essas divisões me pareceram ser apenas elementos de distração para o que estaria por vir. Vamos ser apresentados à vida melancólica e ao sentimento de culpa do Xerife Hopper (David Harbour), ao triângulo amoroso entre Nancy (Natalia Dyer), Jonathan (Charlie Heaton) e Steve (Joe Keery) e até mesmo ao núcleo do laboratório do Dr. Brenner (Matthew Modine). Porém, a sensação de que tudo aquilo ali é desnecessário vai sendo desconstruída conforme cada personagem é empurrado direto para a trama principal, nos levando a concluir que nada ali é desperdiçado. 


Adorei o equilíbrio entre a inocência, representada pelo quarteto de crianças, e o cético, formado por Nancy, Jonathan, Hopper e Joyce (Winona Ryder), nessa busca por Will. Aos poucos, esse olhar incrédulo do segundo grupo é atingido pelas coisas estranhas que os rodeiam, transformando a relação deles com o mundo ali dentro da série. Uma das maiores características nas obras de Spielberg é a salvação de seus personagens por meio do lúdico ou do idealismo, e Stranger Things segue isso à risca. 

Os elementos de terror, salpicados com pitadas de Stephen King, ajudam muito a construir a tensão presente no clima da história. Desde a fonte usada no título da série e seus episódios até o estilo da vinheta; dos filmes citados à trilha sonora maravilhosa, as características de suspenses do mestre do terror são bem evidentes. Tudo em Stranger Things é uma referência clara, direta e assumida. Isso não é algo que se torna incômodo por correr o risco de parecer uma cópia. Pelo contrário, faz de toda a série algo bem especial. E o que mais me impressionou foi a maneira coesa e elegante com a qual os irmãos diretores conseguem casar cada episódio. 

O elenco infantil é o melhor dessa série sem sombra de dúvidas. Apesar de Winona e David serem os atores experientes que dão todo o crédito à produção, a referência e força que mais importam em todo o enredo está no papel desempenhado por essas crianças maravilhosas: amizade. É nessa inspiração que me peguei lembrando de um grupo de crianças tão sensacionais quanto as de Stranger Things, um grupinho maravilhoso que deu brilho a minha infância: Os Goonies. E adivinhem de quem é esse filme? Se você pensou que eu ia dizer Steven Spielberg... Está certíssimo! Muitas referências, gente!!


Somente uma coisa me incomodou na série toda. Apesar de ter gostado muito de como foi construída e trabalhada e de como cada episódio é importante para o desenvolvimento da história, acho que a série poderia ser reduzida em uns três capítulos. Como eu disse, todos os episódios acabam sendo importantes para o plano geral da trama, mas alguns deles poderiam ter seus assuntos introduzidos e encaixados facilmente em outros momentos de outros episódios; não precisavam de um capítulo inteiro somente para aquele assunto. 

Enfim...
Stranger Things tem um texto que entrelaça citações, teorias científicas, dados reais e supostos que tomam forma aos poucos e no tempo certo. O cuidado nessa criação é tão evidente que qualquer coisa errada, por menor que pudesse parecer, seria de fácil percepção e correria o risco de virar um deslize, transformando essa linda série sobre amizade em uma produção B de péssima qualidade. Ainda bem que os irmão Duffer aguentaram o tranco e trouxeram para a Netflix mais uma pequena produção, carregada de muito amor pelo lúdico, pela ficção científica e pelos anos 80. <3

Beijos Cinematográficos!!

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Quando finalmente voltará a ser como nunca foi - Joachim Meyerhoff

12:37 Helena Dias 0 Comments

Livro: Quando finalmente voltará a ser como nunca foi
Autor: Joachim Meyerhoff
Editora: Valentina
Páginas: 352
Ano: 2016
ISBN: 9788565859974

Sinopse: Isso é normal? Crescer entre centenas de pessoas com deficiência física e mental, como o filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens? Nosso pequeno herói não conhece outra realidade - e até gosta muito da que conhece. O pai dirige uma instituição com mais de 1.200 pacientes, ausenta-se dentro da própria casa quando se senta em sua poltrona para ler. A mãe organiza o dia a dia, mas se queixa de seu papel. Os irmãos se dedicam com afinco a seus hobbies, mas para ele só reservam maldades. E ele próprio tem dificuldade com as letras e sempre é tomado por uma grande ira. Sente-se feliz quando cavalga pelo terreno da instituição sobre os ombros de um interno gigantesco, tocador de sinos. Joachim Meyerhoff narra com afeto e graça a vida de uma família extraordinária em um lugar igualmente extraordinário. E a de um pai que, na teoria, é brilhante, mas falha na prática. Afinal, quem mais conseguiria, depois de se propor a intensificar a prática de exercícios físicos ao completar 40 anos, distender um ligamento e nunca mais tornar a calçar o caro par de tênis? Ou então, em meio à calmaria, ver-se em perigo no mar e ainda por cima derrubar o filho na água? O núcleo incandescente do romance é composto pela morte, pela perda do que já não pode ser recuperado, pela saudade que fica - e pela lembrança que, por sorte, produz histórias inconcebivelmente plenas, vivas e engraçadas.

[Nota Pessoal]

Quando finalmente voltará a ser como nunca foi (Ufa!) é narrado pelo filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens. Por morar dentro do hospital com a sua família, o pequeno não conhece outra realidade e, por isso, narra cada momento de sua vida dentro daquela instituição, cada passo que tomou enquanto crescia em meio a pessoas com deficiências físicas e mentais. Um livro que se passa dentro de um hospital psiquiátrico já é por si só bem interessante. Mas quando ele é narrado através dos olhos de uma criança e sua inocência, é ainda melhor. Este foi o principal motivo que me fez solicitar o livro à editora assim que foi lançado.

"Quando a gente está com muita coisa na cabeça, busca respostas concentradas."

A narração começa de uma forma bem inusitada e diferente. Acredito que a principal intenção do autor era mostrar de uma forma impactante - e ao mesmo tempo imediata - suas características de escrita e sua intenção com a história. O brilho do primeiro capítulo não é apenas a forma leve e natural com a qual o autor escreve, mas também a curiosidade e o gostinho de quero mais que o mesmo desperta no leitor. Entretanto, logo no próximo capítulo somos tomados por algo completamente oposto. Não que tenha ficado ruim, mas foi apenas uma introdução para como seria o ritmo da história dali por diante: cheia de altos e baixos. A necessidade de mostrar cada detalhe acerca do protagonista acabou deixando muitos capítulos tediosos e sem o brilho das primeiras páginas. Consequentemente, não tem como saber quando um capítulo vai ser ótimo ou não. Como a história nada mais é que um relato do cotidiano de uma criança e sua família, e como uma família normal, eles têm dias de grandes emoções e dias completamente sem graça. Ao contrário de muitos, não achei isso chato. Na verdade, gostei como é mais realista, mais próximo do cotidiano de qualquer família. 

A escrita carregada de uma essência infantil foi excepcionalmente bem captada pelo autor, conseguindo mostrar algumas situações que, apesar de sem tempero, são muito importantes para o crescimento do personagem, o que só vamos perceber com o avançar da leitura. Ainda assim, achei que alguns capítulos não serviram nem para isso e poderiam ser descartados sem afetar em nada na história. 

"Cada vez mais tenho a impressão de que o passado é um lugar ainda mais inseguro e instável que o futuro. O que deixei para trás deveria ser algo seguro, concluído, que já fora e só esperava para ser narrado, e o que tenho pela frente não deve ser o chamado futuro a ser moldado?"

A importância de todo o desenvolvimento fica claro desde o seu início, mas onde o autor quer chegar com essa trama é uma incerteza. Opa, temos um problema, não é mesmo?! O livro não tem uma reviravolta, não tem um grande conflito para ser resolvido, e isso alimenta a expectativa de que algo muito importante vai acontecer a qualquer momento. Até aí, ok. Acho legal quando um livro consegue manter essa sensação. O problema é que a constante espera acaba, na maioria das vezes, sendo um banho de água fria. Porque a sequência de coisas realmente marcantes só vai acontecer lá pelo final do livro, quando você já desistiu de esperar por algo. Tudo bem que quando acontece, vira uma surpresa e a vontade de largar a história é nula. Mas como a trama já está nas últimas páginas, tudo acaba acontecendo muito rápido, deixando a sensação de que os acontecimentos foram se embolando uns nos outros. Não fica confuso, é possível entender tudo, é como aquela pilha de roupas em cima da cama: você entende a bagunça, mas ela ainda é uma bagunça. Entendem?

O desenvolvimento dos personagens, todavia, foi o ponto alto desse livro para mim. O autor conseguiu criar pessoas complexas e conflituosas. E não ache que estou falando dos pacientes do hospital. O verdadeiro problema está dentro da família do pequeno narrador. Um pai excelente quando se trata de teoria, mas terrível na prática. A mãe que resolve tudo dentro de seu lar, organiza cada detalhe, mas não está satisfeita com seu papel. Dois irmãos mais velhos que possuem talentos, se dedicam a eles, mas só fazem maldades com o caçula. E, claro, o nosso protagonista que possui problemas de aprendizado e tem diversos ataques de fúria por isso. Mas que, mesmo assim, tenta lidar com tudo. 

"Andei pela casa e encontrei meus pais dormindo juntos em uma cama. Meu pai tinha colocado o braço ao redor da minha mãe. A cabeça dela estava deitada em seu peito. Nunca os tinha visto tão juntos, tão próximos."

Diferente da história pesada que eu esperava, é uma obra leve e cheia de emoções. O autor consegue abordar bem a profundidade de cada personagem; pegar suas perdas e saudades, e transformá-las em lembranças. Além disso, através da vontade em compreender as coisas ao seu redor e encarar a lenta desconstrução de sua família, conseguimos perceber o adulto maduro que o protagonista se torna aos poucos. 

Claro que a história está longe de ser perfeita, mas isso não a impede de ser agradável e muito menos, de que você se apegue a cada detalhe dela. E, principalmente, não impede que você se sinta parte da família. 



Beijos Literários!!

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Tá Todo Mundo Mal - Jout Jout

12:08 Helena Dias 2 Comments

Livro: Tá Todo Mundo Mal
Autora: Jout Jout
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Páginas: 200
ISBN: 9788535927207


Sinopse: Do alto de seus 25 anos, Julia Tolezano, mais conhecida como Jout Jout, já passou por todo tipo de crise. De achar que seus peitos eram pequenos demais a não saber que carreira seguir. Em tá todo mundo mal, ela reuniu as suas "melhores" angústias em textos tão divertidos e inspirados quanto os vídeos de seu canal no YouTube, "Jout Jout, Prazer".Família, aparência, inseguranças, relacionamentos amorosos, trabalho, onde morar e o que fazer com os sushis que sobraram no prato são algumas das questões que ela levanta. Além de nos identificarmos, Jout Jout sabe como nos fazer sentir melhor, pois nada como ouvir sobre crises alheias para aliviar as nossas próprias!

[Nota Pessoal]

Julia Tolezano da Veiga Faria, a Jout Jout, criou seu canal no YouTube em 2014 com o objetivo de falar sobre coisas que aconteciam/acontecem com ela. Aos poucos a jovem conquistou pessoas pelo Brasil inteiro, que se identificavam com suas crises. Após a repercussão de seu vídeo "Não tira o batom vermelho" (que fala sobre relacionamento abusivo), o número de seguidores da youtuber cresceu muito mais rápido. E, atualmente, ela possui mais de 800 mil inscritos e mais de 90 milhões de visualizações. Tá Todo Mundo Mal é seu primeiro livro, um compilado de textos sobre família, relacionamentos, inseguranças e etc. Crises que (quase) todos os jovens já passaram ou passam ainda.

"Já tive crises de todos os tipos, tamanhos, intensidades, direcionadas a todo tipo de gente e de objeto; já tive crises em cidades diferentes e países diferentes. Crises silenciosas e exageradas. A maioria sem necessidade. E já sei quando uma está chegando. Posso sentir a vibração no ar. É poético."

Eu acredito que Jout Jout não tinha um público-alvo formado quando iniciou seus vídeos no YouTube. Acho que ela só queria mesmo falar livremente sobre tudo o que quisesse, qualquer coisa que viesse em sua mente. Seu jeito espontâneo e descontraído de falar sobre assuntos que podem ser bem embaraçosos para muitos conquistou pessoas de todos os cantos e garantiu seu nome entre os maiores youtubers do Brasil. Porém, o público do livro não parece ser tão diversificado e amplo quanto o do canal. Não que as coisas tenham mudado entre um meio e outro. A Jout Jout dos vídeos é a mesma Jout Jout do livro. A maior característica da escrita desse livro é a coloquialidade que há nas palavras de Julia, por isso é como se pudéssemos ouvir a voz da autora narrando cada crônica. Esse tipo de linguagem, a meu ver, funciona muito bem nos vídeos, mas no livro traz uma sensação de que temos pouquíssima idade, o que tira a característica de uma obra para jovens adultos e reforça algo feito para o público juvenil. Tirando a linguagem, outros aspectos também colaboram para essa impressão, como os capítulos muito curtos. Não que isso seja um problema, até gosto de capítulos curtos. Mas a grande questão nesse caso, é a fonte enorme usada no início dos capítulos, fazendo com que um parágrafo pequeno ocupe quase uma página inteira. Fiquei com sensação de que isso foi feito para aumentar o número de páginas e só.

A autora e a vlogger são tão as mesmas que algumas histórias já narradas em vídeo aparecem em seus textos e, se você a acompanha (como eu) vai reconhecer facilmente. Tal fato mostra que Julia faz no livro o mesmo que faz nos vídeos: relatar suas próprias histórias. E, apesar do jeito todo especial que ela tem de contar seus causos e da leitura rápida e simples, devemos reconhecer que é um meio bem limitado. Muitos dos textos relatados na obra funcionariam mil vezes melhor em vídeo. Outros achei que nem em vídeo seriam bons; não dizem coisa alguma, parecendo apenas encheção de linguiça.

"Eu achava que me esforçar de alguma forma para ficar mais bonita era ruim. Era uma fraqueza. Algo risível. Por ter ficado muito tempo sendo a feinha do grupo, era como se fosse fútil da minha parte - e inútil - querer sair desse lugar; eu me apeguei a ele, assumi que era melhor ser esquisita do que lutar muito para ser bonita e acabar parecendo uma coitada."

Tá Todo Mundo Mal é um livro para aquele adolescente que quer passar horas e horas conversando com a maravilhosa pessoa que é Julia, que quer ter mais do que minutos assistidos diversas vezes no seu canal YouTube. Como a própria Jout Jout relata no seu livro, ela é uma boa amiga. E se tem algo bem claro aqui é que a vlogger é gente como a gente, e enfrenta seus dramas fazendo deles algo engraçado.

Ainda admiro muito a pessoa que Jout Jout é, admiro seu trabalho como youtuber e não pretendo parar de assistir seus vídeos, afinal ainda gosto bastante deles. Mas, para mim, ela não funcionou como escritora porque foi vlogueira até nessa hora. Em seus vídeos é evidente a personalidade forte que ela tem, seu carisma e seus posicionamentos sólidos. Já no livro, os temas ficaram muito repetitivos e dá uma sensação incômoda de algo vazio e infantil. As duas mídias são bem diferentes, e acho importante serem tratadas cada uma com suas particularidades.

É um livro bem divertido até, porém ainda acredito que assistir aos vídeos seja uma melhor opção. Pelo menos para mim.


Beijos Literários!

2 comentários:

Livros e Rock: Músicas inspiradas em livros

12:07 Helena Dias 2 Comments

Olá, seus lindos!!

Todo mundo sempre comenta sobre as adaptações cinematográficas de livros; acho que isso nem é mais novidade. Mas, quando o assunto é música, pouca gente sabe que grandes músicos também se inspiraram em livros para escrever canções ou até mesmo álbuns inteiros. 


Hoje, 13 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Rock. E euzinha, como boa apreciadora do gênero, decidi listar algumas músicas que você talvez não saiba, mas que foram inspiradas em livros.

Vamos lá!!
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"Don't Stand Close To Me"
The Police

A banda The Police ganhou o Grammy de Melhor Performance por essa música em 1982. A inspiração foi o famoso romance de Vladmir Nabokov, "Lolita". Inclusive existe um trecho da música que faz uma perfeita alusão ao livro: "Just like the old man in the famous book by Nabokov" (Assim como o homem velho no famoso livro de Nabokov).

“Diamond Dogs”
David Bowie

Na realidade, Bowie tinha a intenção de fazer uma adaptação cinematográfica da distopia "1984", de George Orwell. Entretanto, os detentores dos direitos autorais negaram o pedido. Sendo assim, o rockeiro criou o álbum "Diamond Dogs", que tem como inspiração o cenário apocalíptico do livro. 

“Misty Mountain Hop”
Led Zeppelin

"Misty Mountain Hop" é uma canção presente do álbum Led Zeppelin IV. O nome da canção faz referência às Montanhas Sombrias, de "O Hobbit", do J. R. R. Tolkien.

“Animals”
Pink Floyd
Uma das bandas mais politizadas do mundo do rock não poderia estar de fora dessa lista, não é mesmo?! Inspirada em "A Revolução dos Bichos" (George Orwell novamente), "Animals" é o décimo álbum da banda e faz uma crítica à politica e à desigualdade da época, chegando a comparar os humanos com animais, como no livro.

“Brave New World”
Iron Maiden
Iron Maiden é uma das bandas com mais referências literárias em suas letras. O seu décimo segundo álbum, "Brave New World", como o próprio nome já diz, tem claras influências do livro "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. A terceira faixa do CD também possui o mesmo título.

“Who Wrote Holden Caulfield”
Green Day
Uma banda um tanto quanto recente, Green Day lançou, em 1992, a música "Who Wrote Holden Caulfield" no seu álbum Kerplunk!. Segundo Billie Joe, o vocalista, ele compôs a letra baseada em "Apanhador no Campo de Centeio" (J. D. Salinger) porque considera o protagonista rebelde como ele. Curiosamente, o mesmo livro também foi inspiração para a música que leva seu nome, "Catcher in the Rye", da banda Guns N’ Roses.

“Pet Sematary”
Ramones
Stephen King sempre se declarou como um grande fã de Ramones. Em seu livro "O Cemitério", o autor menciona a banda diversas vezes, chegando a colocar um trecho em que o Louis Creed, o protagonista, se hospeda em um hotel com o nome de Dee Dee Ramone. A música foi uma homenagem da banda ao autor e às referências citadas por ele. 

“Sympathy for the Devil”
The Rolling Stones
Uma das músicas mais famosas da banda e eleita a trigésima segunda maior música de todos os tempos pela Rolling Stones, a canção faz referência ao livro "O Mestre e as Margaridas", Mikhail Bulgakov.

"For Whom the Bell Tolls"
Metallica
Uma das minhas bandas preferidas, Metallica se inspirou em alguns livros para suas músicas. Em uma delas, "For Whom the Bell Tolls", tem clara referência a "Por Quem Os Sinos Dobram?", do famoso escritor Ernest Hemingway. Outra inspiração bem famosa da banda é o conto "The Call of Cthulhu", de H. P. Lovecraft, que possui uma música com o mesmo título. 

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É isso aí, gente!! Existem várias inspirações musicais baseadas em livros, assim como vários artistas que usaram as mesmas obras como referência. Essas são apenas algumas que achei bem legal mencionar. 

Se vocês conhecem mais alguma que não está na lista, me conta aí nos comentário!! =D

Beijos Literários!

2 comentários:

[EDITORA VALENTINA] Lançamento do mês

14:47 Helena Dias 0 Comments

Olá, seus lindos!!

Se vocês acompanham as redes sociais do CcL, sabem que agora somos parceiros da Editora Valentina. \o/ 
E estou aqui para apresentar a nossa primeira divulgação da editora. Vamos lá!!

Este mês chega às livrarias o primeiro volume da série Imortais, da Kresley Cole.

É uma série enorme com muitas criaturas mitológicas, mas os livros são independentes, com casais diferentes. Cheio de erotismo e coisas sobrenaturais, Desejo Insaciável tem começo, meio e fim, sem qualquer ligação com o próximo livro. 

Que tal conhecer mais sobre o livro?!
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Categoria: Ficção/Fantasia
Público: 18+
ISBN: 978.85.65859.84 - 4

A lenda de um feroz lobisomem e uma encantadora vampira – improváveis almas gêmeas cuja paixão testará os limites da vida e da morte.

Um incansável guerreiro mítico. Nada o deterá até que possua a... 

Depois de suportar anos a fio torturas constantes comandadas pela Horda dos vampiros, Lachlain MacRieve, líder do clã dos Lykae, fica enfurecido ao descobrir que sua parceira, há tanto tempo profetizada e pela qual espera há mais de um milênio, é uma vampira, assim como seus captores. Na verdade, Emmaline Troy é metade Valquíria, metade vampira. Jovem delicada e etérea que, com seu jeito todo especial de ser, é a única que pode suavizar a fúria que incendeia o faminto Lykae.

Uma vampira prisioneira de sua fantasia mais selvagem...

A doce Emmaline decide sair pelo mundo em busca da verdade sobre seus pais desaparecidos. Em Paris, um poderoso espécime Lykae a encontra, determina que ela será a sua parceira por toda a eternidade e a leva para o castelo escocês dos seus ancestrais. Lá, o pavor que Emmaline sente do Lykae – e da sua insaciável fome de prazer – faz com que ele inicie um lento e envolvente jogo de sedução e ela liberte suas mais sombrias fantasias.
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SOBRE A AUTORA
Kresley Cole formou-se em letras pela Universidade da Flórida e passou dois anos na biblioteca da famosa instituição fazendo pesquisas sobre mitos ancestrais e recolhendo material para seus livros. Desejo Insaciável, o primeiro romance da Série Imortais, vencedor do prêmio RITA na categoria Paranormal Romance, foi capa da Romantic Times Magazine. Mora com o marido Richard à beira de um rio situado numa bela península da Flórida.
A ex-atleta e treinadora, agora Nº 1 da lista de best-sellers do New York Times e publicada em quase 20 países, traz finalmente para o Brasil uma das séries mais devoradas e apaixonantes dos Estados Unidos. Visite Kresleycole.com para todas as informações sobre a série.
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O que acharam desse nova série??
Beijos Literários!


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Submersão (Série O Lago Negro - Livro 2) - Juliana Daglio

18:28 Helena Dias 3 Comments

Antes de continuar a leitura desta resenha, devo alertar que, caso não tenha lido o primeiro livro da série, algumas partes escritas aqui podem ser consideradas spoiler. Portanto, é por sua conta e risco.

Caso tenha se interessado na série, dá uma lida na resenha do primeiro livro. Essa não contém spoilers mesmo!! Hehe

Livro: Submersão (Série O Lago Negro - Livro 2)
Autora: Juliana Daglio
Editora: Arwen
Ano: 2016
Páginas: -----
ISBN: -----


Sinopse: Para Verônica Cattani os monstros que tanto tememos e desconhecemos não vivem embaixo da cama, ou atrás dos armários, muito menos em filmes de Terror – eles vivem dentro de sua própria mente. Depois de se mudar pra Lagoana e descobrir que sua memória esconde enigmas ainda mais profundos, ela se vê frente a frente com pessoas que nem imaginava fazerem parte de seu passado. Em seus textos, estão todas respostas e a família Caprini parece temer tantos seus significados quanto ela os teme. Liam não tem mais segredos. O garoto da capa vermelha saiu de seus sonhos, retornou para seu presente, e enfrenta os Caprini com costas eretas e um cinismo único. Ele é a única coisa que a impede de mergulhar agora. Seu pedaço de sanidade numa mente caótica. Porém o Anjo de Asas Douradas está prestes a se revelar, trazendo em seu poder algo que será difícil recusar: a oportunidade de saber o que existe nas profundezas do Lago Negro. Há muito mais a se descobrir em Lagoana e dentro das lembranças reprimidas de Verônica. Mistérios serão revelados, mas será que você fez as perguntas certas?


[Nota Pessoal]

Depois de se mudar para Lagoana e descobrir que sua mente esconde lembranças muito profundas, Verônica se vê presa em meio a uma rede de segredos e pessoas que nem imaginava fazerem parte de sua vida. Todas as respostas desse enorme enigma parecem estar nas histórias que ela escreve, mas Verônica teme descobri-las tanto quanto a família Caprini. O nosso querido badboy, Liam, deixou suas barreiras caírem e seus segredos serem revelados. Ele é o único capaz de impedir que V. mergulhe no lago, mas um novo personagem aparece trazendo uma proposta quase impossível de recusar: a oportunidade de saber o que existe nas profundezas do Lago Negro. Será que Verônica vai mergulhar?

"Ser louca parecia uma coisa ruim, uma deficiência. No entanto, de frente para aquela figura familiar tão significativa, eu soube a verdade. Sempre quis ser louca."

Ainda com a sua narrativa poética e um tanto obscura, a autora nos leva a uma Lagoana muito mais sombria e misteriosa do que a apresentada no primeiro livro. O clima tenso criado por Juliana nos coloca diretamente dentro de um cenário quase novo, se considerarmos o primeiro livro, em que a tensão era um pouco menor. A atmosfera nova entra em nossa vida sem aviso e nos coloca dentro da história aos poucos e sutilmente, nos fazendo mergulhar no lago junto com Verônica. Ainda me surpreendo com a capacidade que a autora tem de nos fazer parte do seu livro, de nos colocar dentro da história e nos fazer sentir parte dela também.

Verônica continua a mesma garota retraída, introvertida e antissocial, porém é possível perceber uma melhora muito boa nela. O crescimento e amadurecimento da personagem é bem evidente e marcante nesse segundo livro. Ainda presa entre a loucura e a sanidade, V. deixa suas vulnerabilidades muito mais expostas, o que eu, particularmente, acho incrível e extremamente importante para a trama como um todo. Liam, por sua vez, derrubou todas as suas barreiras e deixou seus segredos virem à tona sem medo do que poderia acontecer, o que nos faz entender o porquê dele ter esse jeito super arrogante. Ele não é apenas um badboy que esconde um lado doce, Liam tem motivos para ser assim; seu jeito é sua maneira de se defender do mundo e das pessoas que o habitam.

"O local cheirava a tabaco queimado e poeira, e V cheirava a insanidade iminente ao meu lado. Precisava fazer com que ela se controlasse, precisava mostrar que estávamos no controle."

Os Caprini continuam um casal de uma pessoa só. Entretanto, parte de seus segredos - digo parte porque acredito que ainda tem muita coisa para aparecer - são revelados, deixando o leitor boquiaberto. Eu não sei nem como falar da história que envolve essa família de uma forma sutil. Fiquei tão desnorteada com as revelações que a única coisa que consegui pensar foi: a família Caprini realmente honra a fama de misteriosa que carrega.
Ah, claro, eu não poderia deixar de falar do nosso "querido" (leia sarcasticamente) Enzo. Quando fiz a resenha de O Lago Negro, falei que o personagem possuía seus segredos e que os mesmos poderiam protagonizar boas reviravoltas na história. Só tenho uma coisa a dizer:


Como eu suspeitava, o personagem tem tantos segredos quanto qualquer um ali naquela história. E ele volta com tudo nesse segundo livro, trazendo com ele boa parte das respostas que ajudam a desvendar os enigmas por trás de toda a trama. Senti que Enzo teve um crescimento muito grande nessa continuação, o que me leva a crer que sua participação dentro de todo o enredo está cada vez mais importante. Acredito que podemos esperar mais e mais desse personagem, hein. Mas ainda tenho raiva dele, só para esclarecer. Rsrs

Além dos nossos personagens habituais, Juliana deixa Anna e Antonietta, mãe e vó de Verônica, respectivamente, em maior evidência, mostrando a importância das duas dentro de toda essa teia de segredos. No primeiro livro, ambas não pareciam fazer diferença dentro da história, o que me fez pensar nas mesmas como apenas um apoio. Foi uma surpresa muito boa esse destaque dado às duas, o que mostra que a autora não desenvolve seus personagens sem um propósito. Também somos apresentados a personagens novos, que chegam causando reviravoltas brilhantes e provando que tem muito mais escondido nessa história do que imaginávamos. Vindo de Juliana, sei que ainda há muito que esperar dos mesmos. Portanto, prefiro não concluir nada sobre eles. Ainda. Rs

A atmosfera gótica e meio sinistra da história é muito mais evidente, e o suspense ainda mais agoniante. Ao mesmo tempo em que responde algumas das perguntas deixadas em aberto em O Lago Negro, Juliana amplia os mistérios de outras e cria novas, deixando a complexidade da trama muito mais ampla e tensa. O que é maravilhoso, pois não dá vontade de largar o livro até chegar no desfecho. E quando o final chega, vem aquela sensação de que era melhor não ter terminado de tão boa que estava a leitura.

"Eu absorvia de meu pai os segredos de uma vida intensa que começou cedo, enquanto ele acreditava que sua garotinha era a única pessoa no mundo em que poderia confiá-los."

Submersão é tão instigante e surpreendente quanto seu antecessor, com um acréscimo de muitas reviravoltas. Contrastando com o primeiro livro, a adrenalina se faz muito mais presente nessa sequência, colaborando (muito) para o clímax da história. Os acontecimentos são trabalhados de forma esplêndida, mostrando que a escrita da autora está cada vez melhor. Se nesse livro, Juliana veio trabalhada no lacre, migos, imaginem nos seguintes. Acredito muito no potencial da autora e aposto que ainda há muito o que vir dessa mente brilhante.



Beijos Literários!

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[FILME] Clube de Compras Dallas

14:24 Helena Dias 0 Comments

Filme: Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club)
Direção: Jean-Marc Vallée
Elenco Principal: Matthew McConaughey (Ron Woodroof), Jennifer Garner (Drª Eve Saks), Jared Leto (Rayon), Denis O'Hare (Dr. Sevard), Steve Zahn (Tuker).
País: EUA
Ano: 2013 (EUA) | 2014 (Brasil)
Duração: 117 minutos





Sinopse: A história de Ron Woodroof (Matthew McConaughey), consumidor de drogas, amante de mulheres, homofóbico, que, em 1986, foi diagnosticado com aids e recebeu a sentença de 30 dias de vida. A partir daí, sua luta pela vida intensificou-se e, quase à beira da morte, ele foi em busca de medicamentos alternativos fora do país já que o único remédio legal nos Estados Unidos para combater a doença, na época, era o AZT. Com a ajuda de sua médica, dra. Eve Saks (Jennifer Garner), e do travesti Rayon (Jared Leto), portador do HIV, Woodroof criou clubes em que as pessoas pagavam por esses tratamentos alternativos, o que levou as indústrias farmacêuticas dos Estados Unidos a travarem uma guerra contra ele. Woodroof morreu em 12 de setembro de 1992, seis anos após o diagnóstico fatal.

[Nota Pessoal]

Nos anos 80, quando iniciou a epidemia de AIDS e a doença era atribuída à homossexualidade e drogas injetáveis, o FDA (Food and Drugs Administration), órgão governamental dos EUA que libera e testa novos medicamentos, começou a testar a droga experimental AZT em humanos. Tal feito tornou-se uma esperança para os portadores da doença, porém, pouco tempo depois, a droga mostrou-se apenas mais um agravante da situação, uma vez que destruía todas as células dos pacientes, sendo as mesmas doentes ou não.

É exatamente dentro desse cenário que começa a história em Clube de Compras Dallas, longa-metragem baseado na história real de Ron Woodroof, um texano heterossexual que contraiu o vírus HIV através do compartilhamento de seringas contaminadas e sexo sem proteção. Woodroof é o que chamamos de "Zé Ninguém". Um homem que vive de pequenos golpes e não tem nenhuma perspectiva de vida a não ser transar com o maior número de mulheres possíveis e se embriagar no bar local. Porém, quando descobre seu diagnóstico e os médicos dizem que ele tem apenas mais 30 dias de vida, Ron parece encontrar seu objetivo na vida: continuar vivo.

Sabendo que o AZT apenas diminui ainda mais o tempo de vida do soropositivo, Woodroof cria um "clube de compras", em que seus associados podem adquirir remédios ilegais (que foram a base para o coquetel de drogas usado até hoje no tratamento da doença) no país, porém que melhoram e prolongam a qualidade de vida dos doentes.


O auge do filme são, com certeza, as atuações. McConaughey passou por mudanças físicas incríveis para dar vida a um personagem que te conquista aos poucos. É muito interessante como o desejo de continuar vivo faz com que Woodroof se torne um ativista não intencional, combatendo de frente os problemas das indústrias farmacêuticas e a negligência médica ao administrar o AZT em pacientes já debilitados sem levar em conta os danos que o mesmo estava causando em seus organismos. Além disso, a convivência com Rayon (Jared Leto) faz com que o personagem passe de um grosseiro homofóbico a um simpatizante sem preconceitos. Essa transição foi acontecendo de uma forma tão natural que chega a ser bonita a amizade que nasce entre os dois. Falando em Leto, o vocalista da banda 30 seconds to Mars também não decepciona. Ele emagreceu cerca de 13 quilos para interpretar Rayon, transexual que se torna parceiro de Ron em sua jornada. Os trejeitos e carisma adotados por Jared são memoráveis. O que mais me deixou boquiaberta é a maneira como Leto conseguiu captar toda a fragilidade, física e emocional, que envolve seu personagem e ainda passar para o público de uma forma sutil e extremamente comovente. Não é à toa que o cantor ganhou o Globo de Ouro de melhor coadjuvante.

A história de Woodroof contém elementos essenciais para discussões pautadas até hoje e que ainda merecem muito mais estudo. E embora Jean- Marc Vallée não se desprenda do tom de filme-denúncia, achei que ele teve bastante êxito ao acrescentar leveza e humor ácido na medida certa, evitando a semelhança com outras produções e contrastando com a realidade cruel dos portadores de HIV. O único problema, a meu ver, é que Clube de Compras Dallas chega ao seu objetivo lá pela metade do filme, que é criticar o FDA e tentar combater as ambiciosas trustes farmacêuticas. Por conta disso, o restante do filme acaba repetindo informações que já foram empregadas no início.

Mesmo assim, o filme é muito bom. E por falar de um tema tão pesado com leveza e humor, é fácil de assistir e não causa aquela sensação pesada por ter um assunto forte. Clube de Compras Dallas definitivamente merece atenção.

Beijos Cinematográficos!!

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