[DICAS] Dia da HQ + 10 quadrinhos brazucas

15:36 Helena Dias 8 Comments

Olá, seus lindos!!

O mercado de quadrinhos no Brasil está cada vez mais amplo e com criadores e criações nacionais super bem servidos. São gêneros, formatos e propostas das mais diversas. Além disso, os autores estão saindo do formato editora/livraria para buscar outras alternativas, desde HQs digitais a impressões financiadas por crowd funding; isso sem falar na arte sequencial. Não estou dizendo que sair das editoras seja algo bom ou certo (quem sou eu para dizer isso?!), mas sim que também existem outras possibilidades, como essas que citei.

Então, já que estamos celebrando o dia da HQ hoje, 30 de janeiro, nada mais justo do que falar sobre isso na postagem do dia, não é mesmo? 

Com certeza você já viu pelo título que teremos dicas de quadrinhos, mas antes de chegarmos lá, quero esclarecer uma dúvida frequente entre muitos.

Qual a diferença entre HQ, mangá, graphic novel e gibi?


Com o crescimento desse mercado e o aumento da variedade de quadrinhos, muitas dúvidas começaram a surgir sobre qual termo usar. Mangá? HQ? Graphic Novel? Gibi? Então, aparece gente de todos os lados dizendo que não é gibi, é mangá; ou que não é HQ, é graphic novel... E por aí vai. Mas, afinal, qual a forma correta de se referir?

Na verdade, nenhum desses termos está errado. 

A Graphic Novel segue o mesmo estilo da HQ, mas o que a difere são os formatos dos traços e ilustrações. Em uma HQ podemos perceber um traço mais despojado, sem muita preocupação com os detalhes. Já nas GN, os mínimos detalhes e a qualidade do desenho são mais perceptíveis. Outro fato que distingue uma da outra é que as GNs são sempre inspiradas em livros ou filmes ou séries, como por exemplo, The Walkind Dead e Game of Thrones. 

Mangá nada mais é que a tradução de "História em Quadrinhos" para o idioma japonês. Assim como Comic Books é a tradução da palavra para o inglês. Mas as palavras por si só tem o mesmo significado. A ideia de referir-se ao quadrinho pelo seu idioma de origem foi um hábito criado para identificar a origem da obra falada. Tanto que, se você der uma revista da Turma da Mônica, por exemplo, para um japonês, ele vai chamar de mangá. 

E o gibi? Bom, para quem não sabe, Gibi foi uma história em quadrinhos lançada aqui no Brasil em 1939. Ela se tornou tão popular por aqui que o termo "gibi" virou sinônimo de história em quadrinhos para a gente. Portanto, "gibi" é um termo genuinamente brasileiro. 

Gibi e HQ são os termos mais brasileiros para designar histórias em quadrinhos, mas se você quiser usar outras palavras, como mangá, comics, revistinha e etc. também não está errado. Entretanto, se você ficar na dúvida e quiser ter certeza 100% das vezes, apenas diga "história em quadrinhos".

Agora, se você for um fanboy e quer insistir que mangá não é quadrinho, ache o que quiser. Só entenda que, por definição, isso está errado.

Enfim... Para comemorar esse dia e o crescimento do mercado de HQs no Brasil, eu separei alguns quadrinhos nacionais. Mas, fica a dica, não se limite apenas ao que eu indicar. Existe uma imensidão de coisas bacanas feitas aqui. Estou apenas abrindo uma janela. ;)


1. Lavagem, por Shiko

Um dia, quando os brados de “aleluias!” do pastor na televisão dá lugar ao zumbido incessante da estática, bate à porta do casal um “homem de Deus”, que transpôs a inacessível maré alta para trazer muito mais do que a “palavra” de cor entre seus dentes ou pinçada aleatoriamente da Bíblia Sagrada.

O paraibano Shiko é um dos artistas mais intensos que eu já conheci. Lavagem tem uma linguagem áspera e cheia de simbolismos. É uma história suja, sangrenta, tensa e catártica. 

2. Imagine Zumbis na Copa, por Felipe Castilho

A Copa do Mundo chega à sua Grande Final. E é justamente durante este jogo decisivo que o fim da humanidade pode ter se iniciado. Por trás das câmeras e sobre o gramado, três pessoas enfrentam suas próprias batalhas, antes de perceberem que o maior pesadelo de uma nação pode não ser uma derrota em casa... e que nenhuma tragédia esportiva na história chegou ao nível do que está para acontecer dentro dos portões do Maracanã.

Uma HQ que parece cômica assim de início, mas é carregada de críticas sociais e apontamentos culturais super interessantes. Não vou me aprofundar muito porque já tem resenha dela aqui no blog. 

3. Louco: Fuga, por Rogério Coelho

O seu nome é Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, mas pode chamá-lo de Louco. Ele corre dos guardiões do silêncio, enquanto viaja pelas histórias para libertar um pássaro. Ou não? Em Fuga, o personagem mais maluco de Maurício de Sousa ganha uma releitura magnífica pelas mãos de Rogério Coelho.

Assim como eu, acredito que muitos de vocês cresceram com os personagens criados por Maurício de Souza. Um quadrinho divertido e nostálgico, eu diria.

4. Daytripper, por Fábio Moon e Gabriel Bá

Criada por irmãos, Daytripper conta a história de Brás de Oliva Domingos. Filho de um mundialmente famoso escritor brasileiro, passa os dias escrevendo obituários e as noites sonhando em se tornar um autor de sucesso - ele escreve o fim da história de outras pessoas enquanto a sua própria mal começou. Cada dia na vida de Brás é como a página de um livro. Cada um deles revela as pessoas e coisas que o fizeram ser quem é - sua mãe e seu pai, seu filho e seu melhor amigo, seu primeiro amor e o amor de sua vida. Até que seus dias tem uma reviravolta que ele nunca antecipou.

5. Dois Irmãos, por Fábio Moon e Gabriel Bá

Ainda no mundo dos irmãos Fábio e Gabriel, Dois Irmãos é uma adaptação do livro homonimo de Milton Hatoum. Conta a história de dois irmãos gêmeos (bá dum tss) em meio a uma família em crise. Ambientado em Manaus, a história de Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses, é um tanto intensa. Além disso, essa HQ torna-se um tanto importante por ser uma adaptação contemporânea de uma obra clássica, o que coloca os quadrinhos mais evidentes.

6. Talco de Vidro, por Marcello Quintanilha

Ambientada em Niterói, RJ, Talco de Vidro, é um thriller psicológico formado a partir da crise existencial de Rosângela. Ela é uma dentista, bem casada, que afunda em uma espiral de autodestruição até a beira da imoralidade e do crime.

7. Vermelho, Vivo, por Cristina Judar

Clara, uma mulher contemporânea, que trabalha numa agência bancária de uma grande cidade. Uma pessoa aparentemente normal, que tem seus ímpetos mais íntimos revelados ao visualizar um simples objeto numa vitrine. O desenrolar desta história fará com que a personagem passe por situações difíceis e que terão de ser resolvidas de maneiras inusitadas.

Desperta a curiosidade, né? Eu sei... Rs

8. Encruzilhada, por Marcelo D'Salete

Encruzilhada reúne cinco histórias que se passam entre becos, vielas e condomínios de periferia da grande metrópole brasileira, e que são protagonizadas por trabalhadores e desocupados em suas atribulações ordinárias e banais pela sobrevivência.

Há uma tensão não declarada nos quadrinhos de Marcelo D´Salete, além de críticas bem diretas, eu diria. E a "imperfeição" dos traços mal acabados e com aparência suja, inspirados pelo gaffiti, se torna perfeita para o cenário. 

9. Aurora, por Felipe Folgosi e Leno Carvalho

Aurora conta a história do pescador Rafael que, em pleno alto mar, presencia um fenômeno cósmico que mudará sua história e a de toda humanidade. 

Vi muita gente de preconceito bobo quando Felipe, que é ator, resolveu se aventurar no mundo das HQs. Gente, para! Só para! Desde quando uma habilidade anula a outra? Enfim... Originalmente escrito como um roteiro para um filme, Aurora fala bastante de conspirações governamentais e o poder da fé. 

10. Duo.tone, por Vitor Cafaggi

Duo.tone narra duas histórias. A primeira fala sobre a difícil mudança de Tim, que morava no campo e passa a viver na cidade e a segunda nos apresenta um dia na vida de Yoshio. Os dois personagens tem características únicas capaz de conquistar a todos.

Os traços, os desenhos, são a coisa mais linda; um trabalho belissímo. Além disso, é um mundo de cores intensas e dos sentimentos mais íntimos.

É isso aí, gente! Espero que tenham gostado, e diz aí nos comentários se vocês gostam de HQs.
Beijos Literários!


8 comentários:

Tereza - Joyce Xavier & Juliana Daglio

14:41 Helena Dias 7 Comments

Livro: Tereza
Autoras: Joyce Xavier e Juliana Daglio
Ano: 2016
Páginas: 36
ISBN: B01B6YUWAQ







Sinopse: Tereza, um suspense escrito em co autoria entre Joyce Xavier e Juliana Daglio, é uma história contemporânea que ressalta o antagonismo de uma mulher complexa, intensa, que vai lhe fazer arrancar os cabelos, mas vai seduzi-lo quando menos esperar.

"Existem dois conceitos extremos: bondade e maldade.
Em algum lugar entre os dois, está Tereza.
Você vai decidir exatamente onde."


[Nota Pessoal]

Tereza conta a história de uma mulher cruel que é capaz de tudo para conseguir o que quer. Somos levados direto para o seu mundo e aos poucos vamos descobrindo quem é Tereza de verdade. E é isso. Por ser uma história bem curtinha, não posso falar muito mais que isso. Dessa forma, não corro riscos de dar um spoiler.

A história, que já começa com um clima bastante tenso, é conduzida de uma forma instigante capaz de prender a atenção do leitor logo nas primeiras páginas. E com o passar da trama, a sensação de angústia é tanta e tão constante que você é capaz de sentir o estômago revirar de ansiedade e curiosidade de saber o que acontecerá a seguir. Não tem como não desconfiar de ninguém nessa história, todos parecem suspeitos de algo. ISSO AFLIGE NUM GRAU, GENTE!!! NOSSA!!

Apesar das poucas páginas, os personagens foram bem desenvolvidos e o crescimento deles é bem visível. Temos Tereza, a protagonista, uma mulher complexa, intensa, fria, calculista, gananciosa e tudo mais de ruim que você puder pensar. Capaz de fazer tudo (E, eu disse TUDO) para conseguir o que quer, cada passo seu se torna uma surpresa. Roberto é um cara bem de vida, simpático e gentil que se apaixona por Tereza. Tem uma filhinha com sua ex-esposa e ainda amiga, Letícia. Ela parece ser a única que desconfia da nossa protagonista, mas tem tantos segredos quanto a mesma. E, por fim, temos Felipe, namorado de Letícia. Determinado, ele entra na história com um único objetivo. Não contarei qual por motivos óbvios. Haha...

"Quem conheceu Tereza, não acreditava na sua capacidade de malvadeza. Seus cabelos loiros e seus olhos azuis enganavam qualquer um. Sua inteligência era gigantesca."

Eu imagino que deve ser bem difícil escrever com outra pessoa, principalmente quando os estilos de escrita são tão diferentes. Esse é o caso de Joyce Xavier e Juliana Daglio. Duas autoras excelentes, mas diferentes quando o assunto é escrever. Como já conheço bem o trabalho das duas, ficou bem evidente quem escreveu o que. Entretanto, para aqueles que não conhecem tanto as autoras, acredito que isso só é realmente perceptível na transição do prólogo para a parte 1, que é onde está mais evidente a mudança de estilo. Dentro da história, porém, as escritas mesclam bastante e fica mais difícil diferenciar onde termina uma autora e começa a outra. Não pensem que isso torna a leitura ruim porque não torna. Pelo contrário, só instiga mais.

E o que é o desfecho dessa trama, minha gente?! Durante toda a história é impossível não elaborar diversas teorias dentro da sua cabeça. Simplesmente, porque você quer saber o que acontece, e a sua cabecinha criativa de leitor não consegue evitar as especulações particulares. Vou te dizer que até esses pensamentos se tornam algo agoniante; você se sente confuso. Porque ao mesmo tempo que tem certeza da sua teoria, algo dentro de você diz que não é isso que vai acontecer, que as autoras vão fazer o óbvio ou seguir um caminho inimaginável. As expectativas aumentam e quando finalmente chega o tão esperado final, você fica surpreso de qualquer maneira, sendo ou não o que você espera. Adorei essa confusão que elas foram capazes de criar. É algo que te motiva mais a continuar lendo.

"O coração duro e frio da mulher agora sentia algo que nunca tinha experimentado antes: o mal agouro de uma notícia ruim à espreita."

Enfim... Tereza é não é uma linha tênue entre a bondade e a maldade. Tereza é a corda que sustenta tudo que há de pior em um ser humano.

Se gosta de um bom suspense, pode ler sem medo de ser feliz. Dá pra ler em uma sentada só, além de ter uma linguagem bem simples. Por isso, se joga, monamu!!


Beijos Literários!







PS.: O livro está disponível em formato digital, na Amazon.

7 comentários:

[EDITORA ARWEN] Divulgação do mês - Janeiro

12:18 Helena Dias 0 Comments

Olá, seus lindos!!

Neste mês, a Editora Arwen chega toda trabalhada na fantasia! Nobres e plebeus, feiticeiros e humanos, elfos, bruxos e lobos... Todos espalhados por três livros belíssimos.

Então, vamos conhecer os lançamentos do Janeiro.


O SOL PERDIDO - AS LENDAS DE ILLUSA
Luiz Henrique Mazzaron



Em O Sol Perdido, primeira parte das Lendas de Illusa, somos apresentados à uma ficção fantástica onde o mal se esconde no coração da terra e os homens não são o que parecem ser. Quando a terra dominada pela ganância e onde a população precisa lutar para conquistar a próxima refeição, o mal é libertado. Por isso, os problemas estão apenas começando. No centro do conflito estão os guerreiros mais improváveis que já se imaginou, unidos com o único objetivo de salvar seu reino e livrar o mundo do mal que o assola.
Luiz Mazzaron narra a história onde nobres e plebeus se unem sobre presságios malignos e um destino desconhecido. Disputas pelo poder, tragédias, mortes, traições e romance, marcam o caminho de cada um dos aventureiros nessa ficção fantástica.



A CHAMA DA ESPERANÇA - A PRINCESA RENEGADA (parte I)
M. V. Garcia

Movidos pelo preconceito, pela sede por poder e pela perda, humanos e feiticeiros eram inimigos desde os primórdios de Yuan, gerando guerras e destruição.
Durante uma terrível guerra, que ficou conhecida como a Grande Guerra de Willford, Kaira perdeu o seu lar e sua família. Quando uma nova guerra se inicia, ela não faz ideia do que está por vir, mas a jovem feiticeira recebe a difícil tarefa de reunir os cinco clãs de feiticeiros da nova República em um único e poderoso exército. Será que ela vai conseguir?
Em uma aventura que percorre as planícies de Ghennas, a montanha gelada de Liore, os desertos de Rockaxe e as margens do rio Armon, Kaira, seu melhor amigo Garo e dois companheiros mais do que improváveis descobrem que há muitos segredos que alimentaram o ódio entre os dois povos.

AS FACES DA LUZ - TRILOGIA ARCANTATYS
Tatiane Durães

Ao ser forçada a atravessar um portal por um imenso lobo, Tayara se depara com um mundo que jamais imaginara. Elfos e bruxas passam a fazer parte de sua realidade, mas o que ela não sabe é que seu destino foi traçado muito antes de seu nascimento.
Agora ela terá que escolher entre a razão e o coração, pois ao se apaixonar por um elfo, descobre que uma forte maldição a prende a ele. Em busca de se conhecer melhor, Tayara inicia uma aventura repleta de magia e descobertas, fazendo com que o leitor perca o fôlego a cada página.



É isso aí, gente!!
Espero que tenham gostado!!

Beijos Literários!!

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A Ilha de Bowen - César Mallorquí

16:37 Helena Dias 1 Comments

Livro: A Ilha de Bowen
Autor: César Mallorquí
Editora: Biruta
Páginas: 524
Ano: 2014
ISBN: 9788578481407



Sinopse: Tudo começou com o assassinato do marinheiro Jeremiah Perkins, em um pequeno porto norueguês, e com um pequeno pacote, que ele enviou para Lady Elisabeth Faraday. Mas talvez a história tenha começado quando estranhas relíquias foram descobertas em uma antiga cripta medieval. Foi por causa disso que o mal‑humorado professor Ulisses Zarco resolveu embarcar em uma aventura a bordo do Saint Michel, enfrentando inúmeros perigos e o terrível mistério que envolvia a Ilha de Bowen.


[Nota Pessoal]

Olha, como foi difícil começar a resenha desse livro, viu?!

1920. Tudo começa quando Jeremiah Perkins é assassinado em um pequeno porto norueguês algum tempo depois de enviar um misterioso pacote para a Lady Elisabeth Faraday. Porém, não é bem assim que a história surge. Na verdade, tudo teve início quando estranhas relíquias são encontradas em uma cripta medieval bem antiga. E por esse motivo que o professor Ulisses Zarco parte em uma aventura cheia de perigos, na companhia de algumas pessoas, para enfrentar o mistério que envolvia a Ilha de Bowen.

Recebi esse livro através do Book Tour, organizado pelo Italo Teixeira, do blog Eu li, e você?. Quando o livro chegou, não me lembrava da sinopse e preferi deixar assim ao invés de reler. E isso foi ótimo, pois cada parte se tornou uma surpresa pra mim. A história, cheia de aventuras, intrigas e surpresas, me agradou bastante. Sem falar nos momentos de tensão e as reviravoltas, que conseguem te deixar apreensivo e ansioso para saber o desfecho daquilo.


"- Correr perigos sem ter uma razão para isso é uma insensatez, mas, quando se tem um nobre objetivo... ah, meu amigo, as coisas mudam."

A escrita de César é simplesmente maravilhosa. Um tanto rebuscada, ele consegue ligar diversos momentos aos personagens de uma forma coerente e sem pontos soltos, fazendo com que cada um tenha a sua devida importância dentro da trama. A sua forma de escrever é capaz de fazer o leitor viajar por diversos assuntos, desde UFO até Atlântida, a cidade submersa. É bem evidente a grande quantidade de pesquisa envolvida dentro desse livro. E posso dizer com certeza que o autor foi bem detalhista e preocupado com esses aspectos. Gosto quando percebo essa dedicação do autor porque mostra que ele se importa, entendem?!


"Verne levantou a sobrancelha com ceticismo.
- E espera encontrar o quê? - perguntou.
- Não estamos procurando a ilha de um santo? - devolveu Zarco, já se dirigindo para a saída da ponte. - Então é isso que espero: um milagre."

Para quem já acompanha as minhas resenhas, sabe que costumo falar um pouco dos personagens de mais destaque no livro. Entretanto. não farei muito isso porque acho que levaria uns dois dias falando de cada um deles (rsrs). De forma geral, todos os personagens são muito bem construídos e com um cuidado quase tangível. As personalidades de cada um são evidenciadas brilhantemente, tanto nos pontos positivos como nos negativos. Em vários momentos, cheguei a pensar que os personagens eram reais, tamanha a veracidade que o autor aplica a cada um deles.

Queria mencionar também a ambientação do livro, outro aspecto que adorei. Sombria, arriscada e melancólica, o autor soube bem como passar a essência do ano de 1920, seus costumes e tradições. Através de descrições intensas, César faz um trabalho capaz de atrair o leitor e de permitir o entendimento quanto aos rumos que a trama vai seguindo. Os questionamentos são apresentados desde o início da história, como uma maneira de introduzir fatores importantes para outros momentos da trama. Achei isso sensacional.


Além disso, não consegui imaginar que todos aqueles acontecimentos resultariam naquele final. Estou cho-ca-da! É realmente um desfecho surpreendente. Adorei.

Enfim... É um enredo que requer muita atenção, nos mínimos detalhes, pois tudo pode ser parte de um enigma. Tudo nesse livro parece muito simples e muito complexo ao mesmo tempo, o que torna a leitura fascinante. Se curte uma aventura carregada de mistério e história, pode mergulhar de cabeça nessa leitura. Super recomendado.

Beijos Literários!


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Cores de Outono - Keila Gon

15:49 Helena Dias 1 Comments

Livro: Cores de Outono
Autora: Keila Gon
Editora: Novo Século (Selo Novos Talentos)
Ano: 2013
Páginas: 440
ISBN: 9788576798422


Sinopse: O inesperado, o impossível, o destino...
Quem ama escolhe seus caminhos, vence o medo, ultrapassa a razão, duela com a dúvida entre o certo e o fácil para seguir seu coração.
Melissa encontrou em um olhar as revelações de toda uma vida e longe da lógica escolheu o caminho confuso, mas surpreendente do amor. Ela chegou à pequena cidade da montanha com a responsabilidade de cuidar de Alice, sua irmã caçula, esperando uma vida simples. Mas se viu envolvida por Vincent, um estranho arrogante, dono de irresistíveis olhos turquesa que vai levá-la através da sombra e da luz para revelar surpresas inimagináveis de um Mundo Mágico perigoso e fascinante. A cada encontro este homem misterioso amedronta e encanta; desperta sentimentos e a faz duvidar de sua coragem. Mas, antes que Melissa seja arrebatada por esse amor, ela precisa enfrentar elfos, magos e intrigas em um mundo inóspito que testará seu coração.

Cores, de outono é o primeiro volume de uma saga mágica que vai instigar emoções e paixões.

[Nota Pessoal]

Quando vi esse livro pela primeira vez, achei que fosse um romance. Jamais passou pela minha cabeça que seria uma fantasia. Sim, julguei pela capa e nome, mas quem nunca?! Descobri um pouco sobre a história através de duas amigas que já tinham lido e achei bastante interessante. Então, em um belo dia ensolarado (ou não, nem lembro), fui convidada pela Ana Paula, do Livros de Elite, para participar do Book Tour do livro. Animei bastante, afinal estava mesmo querendo ler o livro. Mas, chega de papo e vamos ao que interessa. Rs

Cores de Outono conta a história da Melissa, que após perder seus pais em um acidente, vai morar com seu avô em uma pequena cidade na montanha, levando consigo a responsabilidade de cuidar de sua irmã mais nova, Alice. O que ela não esperava era que seu destino se cruzaria com Vincent, um estranho arrogante e mau humorado, que vai levá-la para um mundo mágico fascinante e cheio de perigos.


"Nós podemos controlar as mudanças do destino, Melissa, com nossas decisões, com nossas escolhas."


Assim que comecei a leitura me vi completamente encantada pela forma simples e natural com a qual a autora escreve. É aquele tipo de escrita que dá uma sensação gostosa de leveza, o que é muito bom, diga-se de passagem. Os fatos narrados logo no início também despertam a curiosidade, trazendo aquela vontade de terminar logo a leitura e saber de tudo que aconteceu. Porém... isso não durou muito para mim.

Após algumas páginas de leitura, comecei a me sentir um tanto saturada. A história parecia não desenvolver, não sair das mesmas cenas em torno dos diversos momentos do casal se encontrando "por acaso". Achei que isso deixou a trama repetitiva, o que me fez achar que não passava de enrolação, uma vez que muitas coisas foram desnecessárias e não precisavam fazer parte da história. Além disso, o enredo tem uma semelhança enorme com a saga Crepúsculo, principalmente os personagens.

Imagem retirado do próprio blog da autora
Falando neles, temos Melissa, a protagonista. Ela tem um carinho enorme pelo seu avô e por sua irmã. Cuida de ambos de uma forma muito bonita. Desastrada demais, nossa personagem principal é bem desleixada e não se preocupa muito com a aparência. Apesar disso, ela não deixa de despertar a atenção de Vincent. Arrogante, mau humorado e misterioso, ele causa medo em todos na cidade, menos em Melissa, claro. Sempre aparecendo nas situações mais oportunas, ele vai conquistando a moça aos poucos. E logo a paixão dos dois começa com força, despertando o ciúme de Arthur, amigo de infância de Melissa e completamente apaixonado por ela desde sempre. Ele é um cara super legal, que está sempre ali pela amiga, que pretende lutar para ter seu amor e que tem a aprovação de George, avô da nossa protagonista. Ele recebeu suas netas com muito amor e carinho. Atencioso e preocupado, nota-se que ele ama muito as duas. Mas George aparenta esconder muita coisa, como se soubesse mais do que diz saber. Não poderia nunca me esquecer dela: Alice, uma explosão de fofura. Irmã caçula de Melissa, Alice é uma lindaaaaaaaaaa!! Assim mesmo, com muitos As. Ela é uma criança incrivelmente inteligente e tem um dom lindo. Além disso, tem o o nome que pretendo dar a minha futura filha! Obrigada, de nada. Beijo, outro. Rsrs

Brincadeiras à parte, temos alguns personagens mais secundários também, como a família de Vincent, em que ninguém é realmente parente de sangue de ninguém. São uma família pelo vínculo afetivo, o que conta muito mais que a herança genética, a meu ver. Não sei muito bem como falar deles, pois todos apareceram quase ao mesmo tempo e próximo aos momentos decisivos do livro. Acredito que por conta disso não foi possível desenvolvê-los tanto, adiantando tal fato para o próximo livro da série.


"Esse tal de Arthur não parece o tipo de homem que desiste facilmente do que quer. E não posso julgá-lo , eu não desistiria."

Mas, voltando ao enredo... Lembra que eu disse lá no início da resenha que me animei para fazer a leitura? Pois bem, essa animação diminuiu bastante conforme as páginas passavam e parecia que eu estava em um looping. Até um pouco mais da metade do livro foi assim. Logo, comecei a achar cansativo e fui perdendo a motivação. Isso sem falar no fato de que cada coisa que eu lia, lembrava de Crepúsculo. Foi ficando chato. Mas quando eu já não tinha mais esperanças, a autora muda um pouco o clima da história nos apresentando um mundo mágico bem diferente dos demais. Claro que os seres mágicos são comuns, mas a essência que ela coloca tem um quê de originalidade bem legal. Isso fez com que a minha animação voltasse aos poucos e que a minha nota aumentasse. Mesmo que a luta apresentada em determinado momento não tenha me excitado muito, não foi de todo ruim. Na verdade, foi na medida; eu só queria mais um toque de adrenalina.

O final foi OK. Não que tenha sido ruim, mas achei que pareceu terminar com ponto final, quando deveria ser reticências. Confesso que estava com receio de ler a continuação exatamente pelo fato de achar que me sentiria saturada novamente. Entretanto, essa virada nas 100/150 páginas finais e as inúmeras perguntas em aberto me deixaram intrigada e reanimada pela série.


"Percebi um movimento nas sombras do bosque à minha frente e me ajeitei focalizando os olhos. Depois de espantar os pensamentos torturantes contemplei a melhor parte do meu dia... Vincent caminhando elegantemente pela aleia de cerejeiras. Passaria o dia todo assistindo essa cena, Vincent caminhando para mim."

Enfim... Se você gosta de fantasia com um clima um tanto... nublado, acho que vai adorar Cores de Outono.

Beijos Literários!

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[ENTREVISTA] Tatiane Durães

14:15 Helena Dias 2 Comments

Olá, seus lindos!

É sempre muito bom conhecer autores, não é mesmo?
Hoje, vamos conhecer um pouquinho sobre a Tatiane Durães, autora da Trilogia Arcantatys, da série Kaelium e do livro Desejo & Honra.

Tatiane Durães nasceu em Monte Mor, onde mora até hoje. Tem 29 anos, é assistente administrativa e formada em Administração de Empresas pela Unip- Universidade Paulista. Com quinze anos leu, "O Alquimista", do Paulo Coelho, se apaixonou pela literatura e não parou mais de ler. Em 2013, começou a escrever sua primeira história, depois de ficar imaginando vários finais diferentes para livros e filmes que lia e assistia. Um ano depois, seu mundo ganhava vida com o nome de Arcantatys.


Café com Livro: Tatiane Durães por Tatiane Durães.
Tatiane Durães: A Tatiane é uma pessoa apaixonada pela natureza, pelo filho e pelos livros. Adora ficar em casa assistindo um bom filme ou jogando vídeo game, mas também gosta de viajar. Ama pizza e vinho.

CcL: Como começou a escrever? O que te motivou?
TD: Há bastante tempo que tinha vontade, mas faltava-me a história. Então, um dia, a história da Tayara apareceu. Fiquei pensando nela por dias, até que estivesse completa. Então como uma forma de organizar as ideias, resolvei coloca-la no papel. 

CcL: Você sempre deixou claro que adora fantasia. Como descobriu essa afinidade com o gênero?
TD: Não sei bem. Sempre gostei de magia. Desde criança gostava de filmes que tivessem bruxas, fadas e dragões. Por consequência, quando comecei a ler, foi exatamente esse tipo de livro que me chamou a atenção. 

CcL: Quais autores mais te inspiram?
TD: Muitos autores me inspiram, mas não em sua forma de escrever, ou coisa parecida. É mais uma inspiração pessoal, de vida mesmo. Em sua maioria, os brasileiros, por tudo o que enfrentam no dia a dia, o que passaram para chegar onde chegaram, e também suas atitudes diante das dificuldades. Um que posso citar, que admiro bastante, mesmo sem ter lidos seus livros, exatamente por tudo isso que falei, é o Eduardo Spohr. Mesmo já sendo um grande autor, continua com simpático e humilde. 

CcL: O que mais te motiva quando está escrevendo?
TD: Música ajuda muito. Principalmente a entrar no clima que você precisa para escrever alguma cena. Mas a história precisa estar completa, se não, nem isso adianta. 

CcL: Você tem alguma mania quando vai escrever?
TD: Não. 


CcL: Agora vamos falar um pouco dos seus livros. AFDL e A Herdeira são fantasias, mas D&H é um romance de época. O que te levou a escrever um livro de um gênero diferente?
TD: A ideia da história me veio em mente, tive a oportunidade e motivo para trabalhar nela, e acabei a escrevendo.

CcL: Tanto em As Faces da Luz quanto em A Herdeira ou Desejo & Honra, suas protagonistas são marcadas por uma personalidade forte e decidida. Consideraria isso uma forma de mostrar aos leitores que as mulheres podem sim ser independentes? Diria que suas personagens são feministas?
TD: Eu gosto de personagens femininas fortes. Não suporto donzelas em perigo, até porque eu não sou de ficar esperando por ajuda, nunca fui. Cresci vendo minha mãe resolver todos os problemas de dentro de casa, e eram coisas para o “homem fazer”. Então, é uma coisa natural que minhas personagens sejam assim. 
Sim, eu diria que elas são feministas. Que se elas existissem, lutariam pela igualdade social. 

CcL: Mundos mágicos são sempre complexos e trabalhosos na hora da construção de uma fantasia que os tenha. Como foi o processo de criação de Arcantatys? Teve alguma inspiração? Buscou referências em algum lugar?
TD: Quando comecei a escrever percebi que Arcantatys seria um mundo tão grande quanto o nosso, e já comecei a esboçar um mapa. Anotava as características dos lugares, tamanhos, distâncias.... Mas em As Faces da Luz, conhecemos apenas uma pequena parte desse mundo. Bem como seria uma história ambientada em um único país. 
Nem eu consigo imaginar como seria toda a Arcantatys, é algo muito complexo e trabalhoso fazer, por exemplo, um mapa completo. 
E quanto as referências, pode se dizer que sempre que eu tinha uma dúvida, consultava mapas de outros livros que tenho, ou como o autor descrevia um certo lugar. 

CcL: Todos sabemos o quanto é difícil essa coisa de escrever e publicar um livro. Em algum momento pensou em desistir?
TD: Desistir por completo não. Mas já passou pela minha cabeça abandonar o sonho de ter o livro físico publicado. Afinal, a Amazon tem um público muito grande de consumidores. Hoje, os leitores brasileiros estão mais adeptos aos ebooks do que há um tempo, e a publicação lá é muitos mais simples

CcL: Para finalizar, deixe uma mensagem para todos aqueles que sonham em escrever um livro.
TD: Persista, tenha fé, paciência, procure leitores betas, saiba escutar conselhos, saiba escutar críticas, revise muito, reescreva... Enfim, trabalhe muito em sua história, se você pretende fazer disso uma profissão, e, sim, escreva todos os dias.

É isso aí, gente!! Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre a autora.
Segue as resenhas dos livros dela aqui no blog:
      
Beijos Literários!!

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