[DICAS] Dia da HQ + 10 quadrinhos brazucas
Olá, seus lindos!!
O mercado de quadrinhos no Brasil está cada vez mais amplo e com criadores e criações nacionais super bem servidos. São gêneros, formatos e propostas das mais diversas. Além disso, os autores estão saindo do formato editora/livraria para buscar outras alternativas, desde HQs digitais a impressões financiadas por crowd funding; isso sem falar na arte sequencial. Não estou dizendo que sair das editoras seja algo bom ou certo (quem sou eu para dizer isso?!), mas sim que também existem outras possibilidades, como essas que citei.
Então, já que estamos celebrando o dia da HQ hoje, 30 de janeiro, nada mais justo do que falar sobre isso na postagem do dia, não é mesmo?
Com certeza você já viu pelo título que teremos dicas de quadrinhos, mas antes de chegarmos lá, quero esclarecer uma dúvida frequente entre muitos.
Qual a diferença entre HQ, mangá, graphic novel e gibi?
Com o crescimento desse mercado e o aumento da variedade de quadrinhos, muitas dúvidas começaram a surgir sobre qual termo usar. Mangá? HQ? Graphic Novel? Gibi? Então, aparece gente de todos os lados dizendo que não é gibi, é mangá; ou que não é HQ, é graphic novel... E por aí vai. Mas, afinal, qual a forma correta de se referir?
Na verdade, nenhum desses termos está errado.
A Graphic Novel segue o mesmo estilo da HQ, mas o que a difere são os formatos dos traços e ilustrações. Em uma HQ podemos perceber um traço mais despojado, sem muita preocupação com os detalhes. Já nas GN, os mínimos detalhes e a qualidade do desenho são mais perceptíveis. Outro fato que distingue uma da outra é que as GNs são sempre inspiradas em livros ou filmes ou séries, como por exemplo, The Walkind Dead e Game of Thrones.
Mangá nada mais é que a tradução de "História em Quadrinhos" para o idioma japonês. Assim como Comic Books é a tradução da palavra para o inglês. Mas as palavras por si só tem o mesmo significado. A ideia de referir-se ao quadrinho pelo seu idioma de origem foi um hábito criado para identificar a origem da obra falada. Tanto que, se você der uma revista da Turma da Mônica, por exemplo, para um japonês, ele vai chamar de mangá.
E o gibi? Bom, para quem não sabe, Gibi foi uma história em quadrinhos lançada aqui no Brasil em 1939. Ela se tornou tão popular por aqui que o termo "gibi" virou sinônimo de história em quadrinhos para a gente. Portanto, "gibi" é um termo genuinamente brasileiro.
Gibi e HQ são os termos mais brasileiros para designar histórias em quadrinhos, mas se você quiser usar outras palavras, como mangá, comics, revistinha e etc. também não está errado. Entretanto, se você ficar na dúvida e quiser ter certeza 100% das vezes, apenas diga "história em quadrinhos".
Agora, se você for um fanboy e quer insistir que mangá não é quadrinho, ache o que quiser. Só entenda que, por definição, isso está errado.
Enfim... Para comemorar esse dia e o crescimento do mercado de HQs no Brasil, eu separei alguns quadrinhos nacionais. Mas, fica a dica, não se limite apenas ao que eu indicar. Existe uma imensidão de coisas bacanas feitas aqui. Estou apenas abrindo uma janela. ;)
1. Lavagem, por Shiko
Um dia, quando os brados de “aleluias!” do pastor na televisão dá lugar ao zumbido incessante da estática, bate à porta do casal um “homem de Deus”, que transpôs a inacessível maré alta para trazer muito mais do que a “palavra” de cor entre seus dentes ou pinçada aleatoriamente da Bíblia Sagrada.
O paraibano Shiko é um dos artistas mais intensos que eu já conheci. Lavagem tem uma linguagem áspera e cheia de simbolismos. É uma história suja, sangrenta, tensa e catártica.
2. Imagine Zumbis na Copa, por Felipe Castilho
A Copa do Mundo chega à sua Grande Final. E é justamente durante este jogo decisivo que o fim da humanidade pode ter se iniciado. Por trás das câmeras e sobre o gramado, três pessoas enfrentam suas próprias batalhas, antes de perceberem que o maior pesadelo de uma nação pode não ser uma derrota em casa... e que nenhuma tragédia esportiva na história chegou ao nível do que está para acontecer dentro dos portões do Maracanã.
Uma HQ que parece cômica assim de início, mas é carregada de críticas sociais e apontamentos culturais super interessantes. Não vou me aprofundar muito porque já tem resenha dela aqui no blog.
3. Louco: Fuga, por Rogério Coelho
O seu nome é Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, mas pode chamá-lo de Louco. Ele corre dos guardiões do silêncio, enquanto viaja pelas histórias para libertar um pássaro. Ou não? Em Fuga, o personagem mais maluco de Maurício de Sousa ganha uma releitura magnífica pelas mãos de Rogério Coelho.
Assim como eu, acredito que muitos de vocês cresceram com os personagens criados por Maurício de Souza. Um quadrinho divertido e nostálgico, eu diria.
4. Daytripper, por Fábio Moon e Gabriel Bá
Criada por irmãos, Daytripper conta a história de Brás de Oliva Domingos. Filho de um mundialmente famoso escritor brasileiro, passa os dias escrevendo obituários e as noites sonhando em se tornar um autor de sucesso - ele escreve o fim da história de outras pessoas enquanto a sua própria mal começou. Cada dia na vida de Brás é como a página de um livro. Cada um deles revela as pessoas e coisas que o fizeram ser quem é - sua mãe e seu pai, seu filho e seu melhor amigo, seu primeiro amor e o amor de sua vida. Até que seus dias tem uma reviravolta que ele nunca antecipou.
5. Dois Irmãos, por Fábio Moon e Gabriel Bá
Ainda no mundo dos irmãos Fábio e Gabriel, Dois Irmãos é uma adaptação do livro homonimo de Milton Hatoum. Conta a história de dois irmãos gêmeos (bá dum tss) em meio a uma família em crise. Ambientado em Manaus, a história de Yaqub e Omar, filhos de imigrantes libaneses, é um tanto intensa. Além disso, essa HQ torna-se um tanto importante por ser uma adaptação contemporânea de uma obra clássica, o que coloca os quadrinhos mais evidentes.
6. Talco de Vidro, por Marcello Quintanilha
7. Vermelho, Vivo, por Cristina Judar
Clara, uma mulher contemporânea, que trabalha numa agência bancária de uma grande cidade. Uma pessoa aparentemente normal, que tem seus ímpetos mais íntimos revelados ao visualizar um simples objeto numa vitrine. O desenrolar desta história fará com que a personagem passe por situações difíceis e que terão de ser resolvidas de maneiras inusitadas.
Desperta a curiosidade, né? Eu sei... Rs
8. Encruzilhada, por Marcelo D'Salete
Encruzilhada reúne cinco histórias que se passam entre becos, vielas e condomínios de periferia da grande metrópole brasileira, e que são protagonizadas por trabalhadores e desocupados em suas atribulações ordinárias e banais pela sobrevivência.
Há uma tensão não declarada nos quadrinhos de Marcelo D´Salete, além de críticas bem diretas, eu diria. E a "imperfeição" dos traços mal acabados e com aparência suja, inspirados pelo gaffiti, se torna perfeita para o cenário.
9. Aurora, por Felipe Folgosi e Leno Carvalho
Aurora conta a história do pescador Rafael que, em pleno alto mar, presencia um fenômeno cósmico que mudará sua história e a de toda humanidade.
Vi muita gente de preconceito bobo quando Felipe, que é ator, resolveu se aventurar no mundo das HQs. Gente, para! Só para! Desde quando uma habilidade anula a outra? Enfim... Originalmente escrito como um roteiro para um filme, Aurora fala bastante de conspirações governamentais e o poder da fé.
10. Duo.tone, por Vitor Cafaggi
Duo.tone narra duas histórias. A primeira fala sobre a difícil mudança de Tim, que morava no campo e passa a viver na cidade e a segunda nos apresenta um dia na vida de Yoshio. Os dois personagens tem características únicas capaz de conquistar a todos.
Os traços, os desenhos, são a coisa mais linda; um trabalho belissímo. Além disso, é um mundo de cores intensas e dos sentimentos mais íntimos.
É isso aí, gente! Espero que tenham gostado, e diz aí nos comentários se vocês gostam de HQs.
Adorei o post!!! Não sabia dessas diferenças, sempre chamei todos de HQ...
ResponderExcluirGostei bastante de duas indicações sua: Encruzilhada e Aurora.
Vou procurar para ler.
Beijooos
Obrigada, Cris!!! =D
ExcluirGostei muito da postagem e as explicações sobre os termos originários pós histórias em quadrinhos forma ótimas também. Louco é uma MSP que está sendo muito bem elogiada, gostei de todas as dicas.
ResponderExcluirOs 16 livros para 2016! | arafaelagodoy.com.br
Que bom que gostou! Fico feliz!!
ExcluirBeijos.
Adorei todas essas explicações, eu mesma não sabia muito a diferença entre um e outro, sabia só o que era gibi kkk mas bem legal sua postagem sobre o assunto. Gostei mesmo!
ResponderExcluirCris, sua linda!! Obrigada!!
ExcluirBeijos!
amei o post, algumas eu não conhecia e já estou procurando pra ler. Ah tem um pequeno erro na descrição do quadrinho dois irmãos, o nome deles é Yaqub e Omar, Halim é o nome do pai deles.
ResponderExcluirObrigada, flor!! E já consertei... Rs
ExcluirBeijos.