Minha opinião # 5 - Yakuza Moon

15:29 Helena Dias 3 Comments

Nota: 
Livro: Yakuza Moon - Memórias da filha de um gângster
Autora: Shoko Tendo
Sinopse: Nascida em uma família de um poderoso chefe da Yakuza, Shoko Tendo cresceu em meio ao luxo, mas o rótulo de "filha da Yakuza" fez dela vítima de assédio moral e discriminação por parte de seus professores e colegas de classe. O pai, bêbado e agressivo, e a família dividida por estar atolada em dívidas fizeram com que Shoko se tornasse uma rebelde. Aos quinze, ela já fazia parte de uma gangue. Aos dezoito, era viciada em drogas. Aos vinte, tinha uma série de relacionamentos abusivos e violentos.
Após a morte dos seus pais e uma tentativa de suicídio, ela decide mudar e dar uma virada na sua vida.



Curiosidade: Um ponto que talvez diferencie esse livro de outros que também falam da Yakuza é que nessa obra você não vai encontrar um protagonista mafioso envolto em uma áurea heroica  como acontece na maioria das outras historias. Neste livro, não ha um "Yakuza bom".


Minha opinião: O livro é escrito de maneira simples, sem muitas palavras difíceis, tornando a leitura fácil e rápida.

Quando me indicaram este livro, não fiquei muito animada. Nunca fui muito fã de biografias, que dirá autobiografias. Mesmo assim, resolvi dar uma chance a obra. Comecei a leitura em uma noite de sexta-feira e, no domingo à tarde, terminei (imaginem a minha surpresa quando percebi que estava gostando do livro).

Enfim, a julgar pelo título do livro, logo pensei que o centro da história fosse a Yakuza, mas não. Trata-se de um relato extremamente pessoal. Confesso que isso me decepcionou um pouco. Eu tinha a intenção de saber mais sobre a máfia japonesa, que foi tratada de forma muito superficial. O verdadeiro foco do livro é a vida problemática da autora e a forma como ela superou essa fase. Tirando isso, o livro é muito bom. 

Apesar de ter achado o enredo um tanto clichê, os relatos de Shoko me fizeram lembrar de cenas da minha própria adolescência rebelde (sim, isso me emocionou um pouco). De começo, pensei em desistir de ler. Enfrentar o passado é meio complicado, algumas vezes. Porém, por mais comoventes que fossem as minhas lembranças, cada palavra que eu lia me fazia recordar do quanto meus erros me tornaram a pessoa que sou hoje. E, por isso, continuei a leitura.

Quando Shoko começa a ter relacionamentos violentos, eu me peguei pensando em como uma pessoa se sujeita a isso. Mas, somente nas páginas finais, eu entendi que ela negava a sua verdadeira essência. Acredito que quando ela finalmente decidiu enfrentar seu "lado sombrio" e aceitar que a pessoa que ela foi só existia na mente da Yakuza que fazia parte da sua vida, ela se sentiu livre para se descobrir e se reinventar. Então, entendi a autora.

Durante toda leitura, pensei várias vezes em desistir da leitura por ter que enfrentar mais memórias pessoais. E, foi exatamente o que aconteceu. Mas, também despertou em mim outro sentimento. Shoko me ensinou que, por mais cruel que possa ser o destino; por mais injusta que a vida possa ser, sempre existe a opção de aceitar seu sofrimento para descobrir quem você é de verdade (sei que isso soa cafona e parece frase pronta, mas é isso mesmo). E, sabe de uma coisa? Acho que foi isso mesmo que aconteceu comigo!

3 comentários:

  1. Li esse livro em duas tardes, se muito! Realmente a narrativa é muito simples e por isso muito rápido de se ler. Também fui uma das decepcionadas por não se tratar da máfia em si, mas sim da vida de alguém que teve um parente que pertenceu a ela. E isso se deu de forma muito superficial, realmente. Por essa propaganda meio falsa o livro já perdeu uns pontinhos comigo, até porque se espremer o livro não vai sair quase nada a respeito da Yakuza.

    De fato é de se perguntar muitas e muitas vezes por que uma pessoa se sujeita ao que ela se sujeitou. Sinceramente não consegui me sentir compadecida por ela ou entendê-la, no fim eu achei mais um vazio do que qualquer outra coisa.

    Enfim, isso é o incrível da leitura, cada um faz uma interpretação diferente mediante sua própria história de vida. Bem, é isso, até porque já falei pra caramba, né? haha

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  2. "... até porque se espremer o livro não vai sair quase nada a respeito da Yakuza..." Concordo em gênero, número e grau.

    Exatamente, cada um tem um modo diferente de interpretar o que leu e, por isso, gosto de saber a opinião de outras pessoas.

    Eu não cheguei a me comover com a autora, mas comigo mesma (meio confuso rs) porque me fez relembrar uma parte da minha vida que eu fazia questão de esquecer (ou melhor, eu fingia que tinha esquecido)e como eu decidi que iria mudar.

    Só queria que falasse mais sobre a Yakuza mesmo!

    Muito obrigada por compartilhar o que achou!

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  3. Também não sou muito de biografias..rs. Talvez tenha que mudar isso lendo algum livro assim.

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