[ENTREVISTA] Juliana Daglio

15:30 Helena Dias 6 Comments

Juliana Daglio tem vinte e poucos anos, é psicóloga clínica, apaixonada por Psicanálise, viciada em Livros e amante do Rock Britânico. Desde criança, é vidrada em faz de conta e inventava inúmeros personagens para conversar. Assistia a filmes sobre vampiros já aos seis anos, mesmo que tivesse que se esconder atrás do sofá. Na adolescência, dizia que iria ser uma Libélula. Hoje em dia se diz uma adulta confusa, que ainda adora vampiros, não ganhou asas de libélula, mas escreveu um livro sobre elas, transformando seus personagens inventados em pessoas reais, embora sejam feitas de tinta e papel.

Café com Livro: Juliana por Juliana.
Juliana Daglio: Um tanto quanto doida, ansiosa e muito empolgada com a vida.

CcL: Com quantos anos você descobriu o seu gosto pela leitura?
JD: Quando eu tinha 8 anos disse à minha mãe que queria escrever um livro. Criei uma historinha que escrevi num caderno de desenho, e até ilustrei. A ilustrações ficaram horríveis. Na adolescência foi que os personagens e os enredos começaram a aparecer. Eu tinha muita fantasia dentro da mente, ficava muito alienada nas minhas viagens, então resolvi começar a colocar para fora, escrevendo em minha agenda, ou contando histórias para meu irmão e meu primo antes de dormir. A escrita foi surgindo aos poucos durante minha vida, desde que me apaixonei pelas palavras, lá na infância.



CcL: Como surgiu o gosto pela escrita?
JD: Com meu livrinhos de Contos de Fada, e também com os da série Vagalume. Tinha umas histórias que me faziam viajar tanto, que eu me sentia num mundo paralelo. Acho que posso dizer que a leitura faz parte da formação da minha personalidade.

CcL: Todos nós sabemos como é difícil escrever um livro. Em algum momento pensou em desistir?
JD: Quando me vi cheia de pontos pra amarrar na história, achei que talvez eu não iria conseguir. Pensei em desistir ali, com medo de fazer uma história cheia de lacunas. Mas o sonho era tão grande, que eu não me aguentei, fui estudar sobre o assunto e comecei tudo de novo.

CcL: Conte-nos uma curiosidade sobre você.
JD: Como eu disse, meu nível de loucura é meio acentuado. Eu gosto de conversar em voz alta com meus personagens. Faço a fala de todos, imagino eles ali comigo, e assim eu consigo entende-los melhor. Minha mãe e meu namorado já sabem disso, e quase nem acham estranho me ver falando sozinha.

CcL: Você se inspira em outros autores? Quais?
JD: Carlos Ruíz Zafón e Markus Zusak. Os dois são como mestres pra mim. Eu me sinto preenchida com os livros deles, e tenho esse sonho de um dia escrever algo que possa fazer alguém se sentir da mesma forma.

CcL: Como você sabe, eu sofri com a depressão durante muito tempo (e ainda sofro). Creio que, por esse motivo, seu livro mexeu comigo de várias maneiras. Gostaria de saber se você teve algum motivo especial para escrever sobre esse tema?
JD: Eu passei por alguns períodos difíceis em que vivenciei a presença da Vilã Cinzenta. Em alguns momentos pensei que usava a escrita como fuga,  mas o que era ruim acabou virando arte e me ajudando a superar. Na minha família tenho meu pai que sofre de Depressão há anos, e algumas falas da Vanessa para seus familiares são inspiradas em coisas que o ouvi dizer.

CcL: Por vezes, sentia você na Vanessa. Algum personagem foi baseado em alguém que você conhece?
JD: Acho que nós somos fisicamente semelhantes, embora ela seja diva demais, né. Criei algumas semelhanças físicas pra compor a personagem, pois me sentia mais conectada a ela, como um espelho. Pensei em mudar tudo depois, mas como uma dica da minha mãe, resolvi que a deixaria da mesma forma, como ela foi concebida.
Psicologicamente somos diferentes. Às vezes eu quero bater nela por conta dessa dificuldade que ela tem se perceber o quanto as pessoas a amam. Eu valorizo muito as pessoas ao meu redor e o afeto que me dão.
Contudo, nenhum personagem é intencionalmente inspirado em alguém, são todos frutos de muitas inspirações juntas.

CcL: Ju, você é psicóloga. Foi mais fácil escrever “Uma Canção para a Libélula” por conta disso? Ou você pesquisou mais sobre o assunto?
JD: A psicologia me ajudou em termos de conhecimento na área de psicopatologia. Sintomatologia, Diagnóstico, tudo isso me ajudou muito. A Psicanálise foi minha fonte de inspiração para a construção da Vanessa, e pesquisar sobre as teorias de Freud e Melanie Klein foi o que me ajudou a dar mais veracidade à trama. Sem a psicologia esse livro não teria saído.

CcL: Você está tem um novo projeto literário, “O Lago Negro”. Do que se trata? Também é um sick-lit?
JD: O Lago Negro é uma história que também pende para esse lado psicológico. Eu o consideraria um suspense psicológico, pois a personagem fica envolvida pelas próprias lembranças reprimidas, pelas ideias, e por algumas alucinações também. A Verônica é uma personagem mais agitada,  explosiva, cheia de criatividade e uma ironia bem dosada. A história começa quando ela se muda para o interior pra cursar Jornalismo e para começar a escrever um livro que sempre quis escrever. Então a cidade, o livro, os novos amigos, começam a mostrar a ela que existe algo ali de que ela não se lembra, mas que pode ter sido decisivo nos eventos que levaram a um grande trauma, 8 anos antes, e que podem leva-la para o mesmo caminho. Novamente. Ok, falei demais! Hahahaha

CcL: O que podemos esperar desse novo livro?
JD: Acredito que um pouco mais de adrenalina que o primeiro livro, também um pouco de romance. Espero que o mistério que envolve a Verônica possa prender os leitores como me prendeu à tela do computador enquanto eu escrevia.

CcL: Para finalizar, deixe uma mensagem para aqueles que sonham em ser escritores e para os leitores também.
JD: Para meu futuros colegas: não desistam dos seus sonhos! Acreditem no potencial criativo dentro de cada um, e não deixem que as dificuldades do mercado editorial venham a desanimar.
Para os leitores: eu só tenho a agradecer o carinho de vocês. Hoje sou mais feliz, e escrevo ainda com mais vontade, pois sinto todos do outro lado. Aos futuros leitores, quero abraça-los e dizer que sejam bem-vindos, mesmo que talvez não gostem tanto dos livros. Todos são muito queridos. 


[Nota Pessoal]
Uma carioca e uma paulista que se encontraram através de uma paixão em comum. Eu conheci a Ju graças ao mundo literário. Ela foi a primeira parceira do meu blog, a primeira pessoa que conheci dentro desse meio e a primeira amiga virtual. O tempo foi passando e fomos descobrindo muitas coisas em comum e criando uma afinidade sem tamanho. Hoje, posso dizer que tenho a Ju não só como parceira literária, mas como uma grande amiga. Nunca nos vimos pessoalmente, mas sinto como se a conhecesse há anos e tivéssemos passados várias férias juntas. Rimos das besteiras que falamos (que é quase o tempo todo), apoiamos uma a outra em todos os momentos tristes e felizes, somos ogras (rsrs)... A gente se entende no nosso mundo louco. Não é difícil de entender a nossa amizade, se você parar pra pensar melhor. Tenho muito orgulho da Ju e desejo à ela todas as maravilhas do mundo!! Agradeço todos os dias por ter essa pessoa fantástica na minha vida!!
Se quiserem saber mais sobre o livro e a autora, segue alguns links abaixo:
Skoob Uma Canção para a Libélula: http://bit.ly/1xG6CRS
Skoob O Lago Negro: http://bit.ly/1uWtW0z
Skoob Juliana: http://bit.ly/1zY0kA9
Blog Literário: http://bit.ly/1D7jeo9
Facebook da autora: http://on.fb.me/1vjjqiH


Bom, seus lindos, espero que tenham gostado da entrevista.
Beijos Literários!

6 comentários:

  1. Que entrevista bonita!!! Parabéns Ju pelo seu sucesso!! bjs

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  2. Que linda!!! Amei a entrevista e agora tô morrendo de vontade de ler "O lago negro" hehehe. Beijos Lena e Ju.

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    1. Eu também estou louca de vontade de ler, Sa!! hahaha

      Beijos e obrigada pela visita!!

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  3. Olha eu aqui de novo do blog mais lindo da Lena mais linda!!!
    Ahh como eu fico feliz!
    É sempre uma honra estar aqui!

    <3

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    1. É sempre uma honra poder falar de você. És uma pessoa maravilhosa!!!
      =D

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