Submersão (Série O Lago Negro - Livro 2) - Juliana Daglio

18:28 Helena Dias 3 Comments

Antes de continuar a leitura desta resenha, devo alertar que, caso não tenha lido o primeiro livro da série, algumas partes escritas aqui podem ser consideradas spoiler. Portanto, é por sua conta e risco.

Caso tenha se interessado na série, dá uma lida na resenha do primeiro livro. Essa não contém spoilers mesmo!! Hehe

Livro: Submersão (Série O Lago Negro - Livro 2)
Autora: Juliana Daglio
Editora: Arwen
Ano: 2016
Páginas: -----
ISBN: -----


Sinopse: Para Verônica Cattani os monstros que tanto tememos e desconhecemos não vivem embaixo da cama, ou atrás dos armários, muito menos em filmes de Terror – eles vivem dentro de sua própria mente. Depois de se mudar pra Lagoana e descobrir que sua memória esconde enigmas ainda mais profundos, ela se vê frente a frente com pessoas que nem imaginava fazerem parte de seu passado. Em seus textos, estão todas respostas e a família Caprini parece temer tantos seus significados quanto ela os teme. Liam não tem mais segredos. O garoto da capa vermelha saiu de seus sonhos, retornou para seu presente, e enfrenta os Caprini com costas eretas e um cinismo único. Ele é a única coisa que a impede de mergulhar agora. Seu pedaço de sanidade numa mente caótica. Porém o Anjo de Asas Douradas está prestes a se revelar, trazendo em seu poder algo que será difícil recusar: a oportunidade de saber o que existe nas profundezas do Lago Negro. Há muito mais a se descobrir em Lagoana e dentro das lembranças reprimidas de Verônica. Mistérios serão revelados, mas será que você fez as perguntas certas?


[Nota Pessoal]

Depois de se mudar para Lagoana e descobrir que sua mente esconde lembranças muito profundas, Verônica se vê presa em meio a uma rede de segredos e pessoas que nem imaginava fazerem parte de sua vida. Todas as respostas desse enorme enigma parecem estar nas histórias que ela escreve, mas Verônica teme descobri-las tanto quanto a família Caprini. O nosso querido badboy, Liam, deixou suas barreiras caírem e seus segredos serem revelados. Ele é o único capaz de impedir que V. mergulhe no lago, mas um novo personagem aparece trazendo uma proposta quase impossível de recusar: a oportunidade de saber o que existe nas profundezas do Lago Negro. Será que Verônica vai mergulhar?

"Ser louca parecia uma coisa ruim, uma deficiência. No entanto, de frente para aquela figura familiar tão significativa, eu soube a verdade. Sempre quis ser louca."

Ainda com a sua narrativa poética e um tanto obscura, a autora nos leva a uma Lagoana muito mais sombria e misteriosa do que a apresentada no primeiro livro. O clima tenso criado por Juliana nos coloca diretamente dentro de um cenário quase novo, se considerarmos o primeiro livro, em que a tensão era um pouco menor. A atmosfera nova entra em nossa vida sem aviso e nos coloca dentro da história aos poucos e sutilmente, nos fazendo mergulhar no lago junto com Verônica. Ainda me surpreendo com a capacidade que a autora tem de nos fazer parte do seu livro, de nos colocar dentro da história e nos fazer sentir parte dela também.

Verônica continua a mesma garota retraída, introvertida e antissocial, porém é possível perceber uma melhora muito boa nela. O crescimento e amadurecimento da personagem é bem evidente e marcante nesse segundo livro. Ainda presa entre a loucura e a sanidade, V. deixa suas vulnerabilidades muito mais expostas, o que eu, particularmente, acho incrível e extremamente importante para a trama como um todo. Liam, por sua vez, derrubou todas as suas barreiras e deixou seus segredos virem à tona sem medo do que poderia acontecer, o que nos faz entender o porquê dele ter esse jeito super arrogante. Ele não é apenas um badboy que esconde um lado doce, Liam tem motivos para ser assim; seu jeito é sua maneira de se defender do mundo e das pessoas que o habitam.

"O local cheirava a tabaco queimado e poeira, e V cheirava a insanidade iminente ao meu lado. Precisava fazer com que ela se controlasse, precisava mostrar que estávamos no controle."

Os Caprini continuam um casal de uma pessoa só. Entretanto, parte de seus segredos - digo parte porque acredito que ainda tem muita coisa para aparecer - são revelados, deixando o leitor boquiaberto. Eu não sei nem como falar da história que envolve essa família de uma forma sutil. Fiquei tão desnorteada com as revelações que a única coisa que consegui pensar foi: a família Caprini realmente honra a fama de misteriosa que carrega.
Ah, claro, eu não poderia deixar de falar do nosso "querido" (leia sarcasticamente) Enzo. Quando fiz a resenha de O Lago Negro, falei que o personagem possuía seus segredos e que os mesmos poderiam protagonizar boas reviravoltas na história. Só tenho uma coisa a dizer:


Como eu suspeitava, o personagem tem tantos segredos quanto qualquer um ali naquela história. E ele volta com tudo nesse segundo livro, trazendo com ele boa parte das respostas que ajudam a desvendar os enigmas por trás de toda a trama. Senti que Enzo teve um crescimento muito grande nessa continuação, o que me leva a crer que sua participação dentro de todo o enredo está cada vez mais importante. Acredito que podemos esperar mais e mais desse personagem, hein. Mas ainda tenho raiva dele, só para esclarecer. Rsrs

Além dos nossos personagens habituais, Juliana deixa Anna e Antonietta, mãe e vó de Verônica, respectivamente, em maior evidência, mostrando a importância das duas dentro de toda essa teia de segredos. No primeiro livro, ambas não pareciam fazer diferença dentro da história, o que me fez pensar nas mesmas como apenas um apoio. Foi uma surpresa muito boa esse destaque dado às duas, o que mostra que a autora não desenvolve seus personagens sem um propósito. Também somos apresentados a personagens novos, que chegam causando reviravoltas brilhantes e provando que tem muito mais escondido nessa história do que imaginávamos. Vindo de Juliana, sei que ainda há muito que esperar dos mesmos. Portanto, prefiro não concluir nada sobre eles. Ainda. Rs

A atmosfera gótica e meio sinistra da história é muito mais evidente, e o suspense ainda mais agoniante. Ao mesmo tempo em que responde algumas das perguntas deixadas em aberto em O Lago Negro, Juliana amplia os mistérios de outras e cria novas, deixando a complexidade da trama muito mais ampla e tensa. O que é maravilhoso, pois não dá vontade de largar o livro até chegar no desfecho. E quando o final chega, vem aquela sensação de que era melhor não ter terminado de tão boa que estava a leitura.

"Eu absorvia de meu pai os segredos de uma vida intensa que começou cedo, enquanto ele acreditava que sua garotinha era a única pessoa no mundo em que poderia confiá-los."

Submersão é tão instigante e surpreendente quanto seu antecessor, com um acréscimo de muitas reviravoltas. Contrastando com o primeiro livro, a adrenalina se faz muito mais presente nessa sequência, colaborando (muito) para o clímax da história. Os acontecimentos são trabalhados de forma esplêndida, mostrando que a escrita da autora está cada vez melhor. Se nesse livro, Juliana veio trabalhada no lacre, migos, imaginem nos seguintes. Acredito muito no potencial da autora e aposto que ainda há muito o que vir dessa mente brilhante.



Beijos Literários!

3 comentários:

  1. Bixcoitaaaaaaaaaaa! Eu quase nem te amo, né?
    Minha beta, minha linda! Minha BFF! Obrigada por acreditar sempre em mim e nas minhas histórias <3

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    1. Aii, que linda!!! Me beija!!!
      Mentira, beija não. Que nojo!! Hhahahahahaha

      <3

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  2. Bixcoita, como diz a ju, vou te falar, eu senti a mesma coisa lendo. Está lacrador!

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